quinta-feira, 27 de maio de 2010

TEORIA DAS JANELAS PARTIDAS

Em 1969, na Universidade de Stanford (EUA), o Prof.  Phillip Zimbardo realizou uma experiência de psicologia social.  Deixou duas viaturas abandonadas na via pública, duas viaturas idênticas, da mesma marca, modelo e até cor.
Uma deixou no Bronx, naquela altura uma zona pobre e conflituosa de Nova York e a outra em Palo Alto, uma zona rica e tranquila da Califórnia.
Duas viaturas idênticas abandonadas, dois bairros com populações muito diferentes e uma equipe de especialistas em psicologia social estudando as condutas das pessoas em cada sítio.
Resultou que a viatura abandonada em Bronx começou a ser vandalizada em poucas horas.  Perdeu as rodas, o motor, os espelhos, o rádio, etc.  Levaram tudo o que fosse aproveitável e aquilo que não puderam levar, destruíram.  Contrariamente, a viatura abandonada em Palo Alto manteve-se intacta.
É comum atribuir à pobreza as causas de delito.  Atribuição em que coincidem as posições ideológicas mais conservadoras, (da direita e esquerda).  Contudo, a experiência em questão não terminou aí, quando a viatura abandonada no Bronx já estava desfeita e a de Palo Alto estava há uma semana impecável, os investigadores partiram um vidro do automóvel de Palo Alto.
O resultado foi que se desencadeou o mesmo processo que o do Bronx, e o roubo, a violência e o vandalismo reduziram o veículo ao mesmo estado que o do bairro pobre.
Porquê que o vidro partido na viatura abandonada num bairro supostamente seguro, é capaz de disparar todo um processo delituoso?
Não se trata de pobreza.  Evidentemente é algo que tem que ver com a psicologia humana e com as relações sociais.
Um vidro partido numa viatura abandonada transmite uma ideia de deterioração, de desinteresse, de despreocupação que vai quebrar os códigos de convivência, como de ausência de lei, de normas, de regras, como que vale tudo.  Cada novo ataque que a viatura sofre reafirma e multiplica essa ideia, até que a escalada de atos cada vez piores, se torna incontrolável, desembocando numa violência irracional.
Em experiências posteriores (James Q.  Wilson e George Kelling), desenvolveram a 'Teoria das Janelas Partidas', a mesma que de um ponto de vista criminalístico, conclui que o delito é maior nas zonas onde o descuido, a sujidade, a desordem e o maltrato são maiores.
Se se parte um vidro de uma janela de um edifício e ninguém o repara, muito rapidamente estarão partidos todos os demais.  Se uma comunidade exibe sinais de deterioração e isto parece não importar a ninguém, então ali se gerará o delito.
Se se cometem 'pequenas faltas' (estacionar em lugar proibido, exceder o limite de velocidade ou passar um semáforo vermelho) e as mesmas não são sancionadas, então começam as faltas maiores e logo delitos cada vez mais graves.  Se são permitidas atitudes violentas como algo normal no desenvolvimento das crianças, o padrão de desenvolvimento será de maior violência quando estas pessoas forem adultas.
Se os parques e outros espaços públicos deteriorados são progressivamente abandonados pela maioria das pessoas (que deixa de sair das suas casas por temor aos gangs), estes mesmos espaços abandonados pelas pessoas são progressivamente ocupados pelos delinquentes.
A Teoria das Janelas Partidas foi aplicada pela primeira vez em meados da década de 80 no metro de Nova York, o qual se havia convertido no ponto mais perigoso da cidade.  Começou-se por combater as pequenas transgressões: graffitis deteriorando o lugar, sujeira das estações, ebriedade entre o público, evasões ao pagamento de passagem, pequenos roubos e desordens.  Os resultados foram evidentes.  Começando pelo pequeno, conseguiu-se fazer do metrô um lugar seguro. Posteriormente, em 1994, Rudolph Giuliani, prefeito de Nova York, baseado na Teoria das Janelas Partidas e na experiência do metro, impulsionou uma política de 'Tolerância Zero'. A estratégia consistia em criar comunidades limpas e ordenadas, não permitindo transgressões à Lei e às normas de convivência urbana.
O resultado prático foi uma enorme redução de todos os índices criminais da cidade de Nova York. A expressão 'Tolerância Zero' soa a uma espécie de solução autoritária e repressiva, mas o seu conceito principal é muito mais a prevenção e promoção de condições sociais de segurança.  Não se trata de linchar o delinquente, nem da prepotência da polícia, de fato, a respeito dos abusos de autoridade deve também aplicar-se a tolerância zero.
Não é tolerância zero em relação à pessoa que comete o delito, mas tolerância zero em relação ao próprio delito.
 Trata-se de criar comunidades limpas, ordenadas, respeitosas da lei e dos códigos básicos da convivência social humana.

domingo, 9 de maio de 2010

Amnésia

Leiam a notícia abaixo:

"Rio - Começa hoje a contagem regressiva de 30 dias para o fim do caos nas operações do metrô. A Justiça acatou o pedido do Ministério Público Estadual e determinou que a concessionária comece, finalmente, a oferecer um serviço de qualidade e segurança aos passageiros a partir do dia 16 de abril — ou será multada em R$ 100 mil por dia de descumprimento da decisão. Diante do requerimento do MP, a juíza Maria da Penha Victorino deixou de acatar apenas o pedido de suspensão da conexão direta Pavuna-Botafogo, pois a volta da baldeação poderia causar maiores prejuízos aos clientes.


Entre as determinações, está a de que a empresa interrompa a venda de bilhetes quando as estações estiverem lotadas, além de informar qualquer atraso e a previsão de restabelecimento do serviço. A Metrô Rio também terá de oferecer trens com no mínimo seis vagões nas estações e horários de maior pico e deverá retirar de circulação todas as composições que apresentarem qualquer problema técnico, inclusive nos aparelhos de ar condicionado.


“Trinta dias é um prazo bem razoável para a empresa se adequar e começar a oferecer um serviço com conforto e segurança para seus clientes, como ela se comprometeu em contrato. A determinação de restabelecer as composições com seis vagões e a de retirar imediatamente de circulação os trens com defeito vão melhorar o serviço”, acredita o promotor Carlos Andresano Moreira, autor da ação civil pública deferida pela Justiça.


Conforme O DIA antecipou em 21 de fevereiro, a ação foi baseada, entre outros documentos, em estudo técnico que apontava risco de colisão entre trens vindos das linhas 1 e 2, cerca de 100 metros antes da Estação Central.
O secretário de Transportes, Julio Lopes, disse que considera justa a decisão da juíza e admitiu as falhas. A concessionária Metrô Rio disse que só se pronunciará quando for oficialmente notificada."

Como qualquer um pode atestar os trinta dias á passaram e a situação só piorou, a duas semanas atrás por exemplo um trem se incêndiou no Largo do Machado.
Agora a prefeitura do rio anunciou que vai fechar o centro do rio para carros e ônibus, e por uma incrível concidência o único meio de chegar ao centro será através de metrõ, prêmio para a concessionária 171.

E viva a falta de memória

A Evolução da Educação.


Antigamente (e não era nem tão antigamente assim, a uns 15 anos atrás ainda era assim) se ensinava e cobrava tabuada, caligrafia, redação, datilografia...
Havia aulas de Educação Física, Moral e Cívica, Práticas Agrícolas, Práticas Industriais e cantava-se o Hino Nacional, hasteando a Bandeira Nacional antes de iniciar as aulas...


Agora Leiam o relato de uma Professora de Matemática que
não duvido que seja verídico eu já dei aula de matemática e ouvi coisas piores dos meus alunos.


Semana passada, comprei um produto que custou R$ 15,80. Dei à balconista R$ 20,00 e peguei na minha bolsa 80 centavos, para evitar receber ainda mais moedas. A balconista pegou o dinheiro e ficou olhando para a máquina registradora, aparentemente sem saber o que fazer.
Tentei explicar que ela tinha que me dar 5,00 reais de troco, mas ela não se convenceu e chamou o gerente para ajudá-la. Ficou com lágrimas nos olhos enquanto o gerente tentava explicar e ela aparentemente continuava sem entender. Por que estou contando isso?
Porque me dei conta da evolução do ensino de matemática desde 1950, que foi assim:



1. Ensino de matemática em 1950:

Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda. Qual é o lucro?


2. Ensino de matemática em 1970:

Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda ou R$ 80,00. Qual é o lucro?


3. Ensino de matemática em 1980:

Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Qual é o lucro?


4. Ensino de matemática em 1990:

Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Escolha a resposta certa, que indica o lucro:
( )R$ 20,00 ( )R$ 40,00 ( )R$ 60,00 ( )R$ 80,00 ( )R$ 100,00


5. Ensino de matemática em 2000:

Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. O lucro é de R$ 20,00.
Está certo?
( )SIM ( ) NÃO


6. Ensino de matemática em 2009:

Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00.Se você souber ler, coloque um X no R$ 20,00.
( )R$ 20,00 ( )R$ 40,00 ( )R$ 60,00 ( )R$ 80,00 ( )R$ 100,00


7. Em 2010 vai ser assim:

Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Se você souber ler, coloque um X no R$ 20,00. (Se você é afro descendente, especial, indígena ou de qualquer outra minoria social não
precisa responder)
( )R$ 20,00 ( )R$ 40,00 ( )R$ 60,00 ( )R$ 80,00 ( )R$ 100,00

E se um moleque  picha a sala de aula e a professora faz com que ele pinte a sala novamente, os pais ficam enfurecidos pois a professora provocou "traumas" na criança. 

Uma pergunta foi vencedora em um congresso sobre vida sustentável," todo mundo está 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos... Quando é que se 'pensará' em deixar filhos melhores para o nosso planeta?" 

Comentários do autor

As interferências estrangeiras destruíram a organização familiar e o sistema de educação básica no Brasil, principalmente durante a era neoliberal.
O dano já está feito e os reparos só podem existir na próxima geração, eu pergunto para você que tem filhos você está fazendo a sua parte? 

O que realmente mudou?

Documento especial de 1990, sobre o surfe ferroviário. Várias imagens sobre a miséria que é o subúrbio do rio fde janeiro, hoje são poucos os surfistas, mas o que mudou realmente?