Antes da golpe financeiro mundial de 2008, oocidente rai ecscancaradamente. A sociedade na sociedade da preguiça, os europeus se alegravam por receber enormes lucros sem ter que fazer o serviço sujo da indústria, empurravam a poluição das fábricas para o 3º mundo, possuiam um padrão de vida elevádissimo e criavam uma juventude preguiçosa que não tem coragem de tirar a bunda da frente do computador, pois seu conforto estava garantido pelo trabalho semi-escravo de chineses e outros povos.
Pois é deu merda, o texto abaixo é uma dessas profecias de apocalipse que aparecem de vez em quando, o que é interessante é como as coisas tem caminhado certinho na direção apontada pelo autor.
A CHINA DO FUTURO
Alguns conhecidos voltaram da China impressionados.
Um
determinado produto que o Brasil fabrica um milhão de unidades, uma só
fábrica chinesa produz quarenta milhões... A qualidade já é equivalente.
E a velocidade de reação é impressionante.
Os chineses colocam
qualquer produto no mercado em questão de semanas... Com preços que são
uma fração dos praticados aqui. Uma das fábricas está de mudança para o
interior, pois os salários da região onde está instalada estão altos
demais: 100 dólares.
Um operário brasileiro equivalente ganha 300
dólares no mínimo. Que acrescidos de impostos e benefícios representam
quase 600 dólares. Comparados com os 100 dólares dos chineses, que
recebem praticamente zero benefícios...
Hora extra? Na China?
Esqueça. O pessoal por lá é tão agradecido por ter um emprego, que
trabalha horas extras sabendo que nada vai receber...
Essa é a armadilha chinesa. Que não é uma estratégia comercial, mas de poder.
Os
chineses estão tirando proveito da atitude dos marqueteiros ocidentais,
que preferem terceirizar a produção e ficar com o que "agrega valor": A
marca.
Dificilmente você adquire nas grandes redes dos Estados
Unidos um produto feito nos Estados Unidos. É tudo "made in China", com
rótulo estadunidense.
Empresas ganham rios de dinheiro comprando
dos chineses por centavos e vendendo por centenas de dólares... Mesmo ao
custo do fechamento de suas fábricas. É o que chamo de "estratégia
preçonhenta".
Enquanto os ocidentais terceirizam as táticas e ganham no curto prazo, a China assimila as táticas para dominar no longo prazo.
As
grandes potências mercadológicas que fiquem com as marcas, o design...
Os chineses ficarão com a produção, desmantelando aos poucos os parques
industriais ocidentais.
Em breve, por exemplo, não haverá mais
fábricas de tênis pelo mundo... Só na China. Que então aumentará seus
preços, produzindo um "choque da manufatura", como foi o do petróleo.
E
o mundo perceberá que reerguer suas fábricas terá custo proibitivo.
Perceberá que se tornou refém do dragão que ele mesmo alimentou ( Vale
salientar que o mundo Árabe, é como é, graças aos petrodólares ). Dragão
que aumentará ainda mais os preços, pois quem manda é ele, que tem
fábricas, inventários e empregos... Uma inversão de jogo que terá o
Impacto de uma bomba atômica... Chinesa.
Nesse dia, os executivos
"preçonhentos", tristemente, olharão para os esqueletos de suas antigas
fábricas, para os técnicos aposentados jogando bocha na esquina, para
as sucatas de seus parques fabris desmontados. E lembrarão com saudades
do tempo em que ganharam dinheiro comprando baratinho dos chineses e
vendendo caro a seus conterrâneos...
E então, entristecidos, abrirão suas marmitas e almoçarão suas marcas.
Luciano Pires fevereiro de 2010
Luciano Pires é diretor de marketing da Dana e profissional de comunicação
"Uma
Nação que confia em seus Direitos, em vez de confiar em seus Soldados,
engana-se a si mesma e prepara a sua própria queda." ( Rui Barbosa )
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