quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Reforma Política? Reforma Tributária? Reforma financeira? Punição clara e rápida aos corruptos?

Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Os principais candidatos à sucessão presidencial se recusam a discutir, seriamente, estas causas principais do pibinho (baixo crescimento) combinado com carestia (aumento de especulativo de preços e depreciação do poder de compra) – gerando estagflação, que logo se transformará em recessão.

Enquanto a governança do crime organizado domina o País, em um espetáculo eleitoreiro de cinismo, mentiras e safadezas, os especuladores, cartéis e bancos lucram cada vez mais, ampliando a concentração produtiva e financeira no Brasil.  Banqueiros festejam lucros recordes no trimestre: Itaú Unibanco (R$ 4,973 bilhões) e Bradesco (R$ 3,78 bilhões).  O Santander, crítico arrependido do governo, lucrou “apenas” R$ 527,5 milhões...

O resultado do Itau Unibanco, anunciado nesta terça-feira, chama atenção pelos fatores que geraram tanto lucro, mesmo em uma atividade econômica de estagflação.  O banco faturou alto com os segmentos de crédito consignado (62,1%), imobiliário (26,1%) e cartão de crédito (28,6%).
A inadimplência, pelo menos no salvo de operações vencidas com mais de 90 dias, parece sob controle.  Mas o eleitor descontente com o governo, em sua maioria, encontra dificuldades, ao mesmo tempo, para fechar as contas de pagamento de empréstimos ou cheque especial, da prestação da casa própria ou do aluguel e do “dinheiro de plástico” dos cartões a juros extorsivos.

O motivo psicológico-econômico da bronca contra o governo Dilma vem da dificuldade de fechar as contas do mês com o mesmo orçamento – em geral composto por salários sem reajustes que acompanhem os aumentos absurdos de preços, sobretudo dos alimentos.  Não será a farra de escândalos na Petrobras, Eletrobras e outras “estatais”, nem o escândalo do Mensalão (já em fase de esquecimento), que derrotarão Dilma.  Ela será vencida pelo motivo que vai derrotar, em futuro próximo, quem vencer a eleição: a incapacidade de fazer as reformas essenciais na política, nos tributos e nas finanças, além de realizar um controle dos desperdícios gerados pela ineficiente máquina estatal capimunista – que só beneficia os controladores dos cartéis.

Derrotar o esquema petralha na eleição de outubro é uma prioridade fundamental.  Mas não basta, se a suposta “oposição” continuar raciocinando com o intestino, alimentando a conjuntura de bosta política e econômica.  A agenda das reformas prioritárias e urgentes precisa entrar na pauta de discussão séria da campanha eleitoral.  Se não entrar, serão os brasileiros quem entrarão (pelo cano), em breve. Nosso modelo esgotou-se (no sentido sanitário do termo).

Ou o Brasil muda, de verdade, ou se transformará em uma filial colonial da China – cujo capital entra pesado na América Latina, para adquirir empresas estratégicas, na bacia das almas, comendo pela beirada.  Estrategistas norte-americanos já demonstram preocupação com a transformação do Brasil em uma mera periferia chinesa.  Quando tal fenômeno se consolidar, a autoritária China terá condições de assumir o tão sonhado papel hegemônico na geopolítica.

O engraçado é que a China pretensamente Comunista, na verdade Capitalista de Estado (ou Capimunista) não passa de um projeto estruturado pela Oligarquia Financeira Transnacional para impedir que os Estados Unidos da América tenham hegemonia global, com soberania e independência.

O destino do Brasil é essencial para a disputa EUA x China. Por enquanto, o jogo parece favorável aos chineses. Mas a Águia pode armar para cima do Urso Panda.  Nós, os fulecos, somos a bola dessa partida.  Enquanto os candidatos brincam, demagogicamente, de segurar bebês no colo, os brasileiros vão ficando sem pai e nem mãe...

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