Nelson Motta - O Estado de S.Paulo
Se o mensalão não tivesse existido, ou se não fosse descoberto, ou se
Roberto Jefferson não o denunciasse, muito provavelmente não seria
Dilma, mas Zé Dirceu o ocupante do Palácio da Alvorada, de onde
certamente nunca mais sairia. Roberto Jefferson tem todos os motivos
para exigir seu crédito e nossa eterna gratidão por seu feito heróico:
"Eu salvei o Brasil do Zé Dirceu".
Em
2005, Dirceu dominava o governo e o PT, tinha Lula na mão, era o
candidato natural à sua sucessão. E passaria como um trator sobre quem
ousasse se opor à sua missão histórica. Sua companheira de armas Dilma
Rousseff poderia ser, no máximo, sua chefe da Casa Civil, ou presidente
da Petrobrás.
Com uma campanha milionária comandada por João Santana,
bancada por montanhas de recursos não contabilizados arrecadados pelo
nosso Delúbio, e Lula com 85% de popularidade animando os palanques, massacraria Serra no primeiro turno e subiria a rampa do Planalto nos braços do povo, com o grito de guerra ecoando na esplanada: "Dirceu guerreiro do povo brasileiro". Ufa!
A Jefferson também devemos a criação do termo "mensalão". Ele sabia que os pagamentos não eram mensais, mas a periodicidade era irrelevante. O importante era o dinheirão. Foi
o seu instinto marqueteiro que o levou a cunhar o histórico apelido que
popularizou a Ação Penal 470 e gerou a aviltante condição de
"mensaleiro", que perseguirá para sempre até os eventuais absolvidos.
O
que poderia expressar melhor a idéia de uma conspiração para controlar o
Estado com uma base parlamentar comprada com dinheiro público e sujo?
Nem Nizan Guanaes, Duda Mendonça e Washington Olivetto, juntos, criariam
uma marca mais forte e eficiente.
Mas, antes de qualquer motivação
política, a explosão do maior escândalo do Brasil moderno é fruto de um
confronto pessoal, movido pelos instintos mais primitivos, entre
Jefferson e Dirceu. Como
Nina e Carminha da política, é a história de uma vingança suicida, uma
metáfora da luta do mal contra o mal, num choque de titãs em que se
confundem o épico e o patético, o trágico e o cômico, a coragem e
avilania. Feitos um para o outro.
O "chefe" sempre foi José Dirceu. Combativo, inteligente, universitário – não sei se completou o curso – fala vários idiomas, treinado em Cuba e na Antiga União Soviética, entre outras coisas. E com uma fé cega em implantar a Ditadura do Proletariado a "La Cuba".
Para isso usou e abusou de várias pessoas e, a mais importante - pelos resultados alcançados װ era Lula. Ignorante, iletrado, desonesto, sem
ideais, mas um grande manipulador de pessoas, era o joguete ideal para o inspirado José Dirceu.
Lula
não tinha caráter nem ética, e até contava, entre risos, que sua
família só comia carne quando seu irmão "roubava" mortadela no mercado
onde trabalhava. Ou seja, o padrão ético era frágil. E ele, o Dirceu,que
fizera tudo direitinho, estava na hora de colher os frutos e implantar
seu sonho no país.
Aí surgiu Roberto Jefferson... e deu no que deu.
A análise de Nelson Motta está perfeita...
O cotidiano, problemas, a resposta para a origem do universo, o sentido da vida e tudo mais... Tudo junto e misturado.
quarta-feira, 15 de janeiro de 2014
Se garantindo
O PT depois das manifestaçãoes de rua começa a se movimentar para fraudar as eleições e garantir sua permanência apesar do ódio da população contra Dilma...
Por Lenio Luiz Streck
Ou "A absoluta e flagrante inconstitucionalidade da nova resolução do TSE".
E começa tudo de novo. A população foi às ruas pedir a derrubada da PEC 37. O Congresso, assustado, por unanimidade atendeu aos apelos do povo. Pois não é que o TSE resolveu repristinar a discussão, por um caminho mais simples, uma Resolução?
Para quem não sabe, explico: pela Resolução 23.396/2013, o Ministério Público e também a Polícia de todo o Brasil não podem, de ofício, abrir investigação nas próximas eleições. É isso mesmo que o leitor leu. Segundo a nova Resolução – que, pasmem, tem data, porque vale só para 2014 – somente poderá haver investigação se a Justiça Eleitoral autorizar.
Então o TSE é Parlamento? Pode ele produzir leis que interfiram no poder investigatório da Polícia e do Ministério Público? Não acham os brasileiros que, desta vez, o TSE foi longe demais?
O Presidente do TSE, ministro Marco Aurélio, votou contra a tal Resolução, afirmando que "o sistema para instauração de inquéritos não provém do Código Eleitoral, mas sim do Código Penal, não cabendo afastar essa competência da Polícia Federal e do Ministério Público". Bingo! Nada mais precisaria ser dito.
O presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, Alexandre Camanho, afirmou que a medida é inconstitucional: "Se o MP pode investigar, então ele pode requisitar à polícia que o faça. Isso também é parte da investigação", afirmou.
Veja-se que a Resolução desagrada inclusive aos juízes (ou a um significativo setor da magistratura). Como diz o juiz Marlon Reis, do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), a decisão é equivocada e pode trazer prejuízo à apuração de irregularidades nas eleições deste ano, verbis: "O Ministério Público precisa de liberdade para agir e deve ter poder de requisição de inquéritos. Assim é em todo o âmbito da justiça criminal e da apuração de abusos. Não faz sentido que isso seja diminuído em matéria eleitoral. Pelo contrário, os poderes deveriam ser ampliados, porque o MP atua justamente como fiscal da aplicação da lei".
Na visão do magistrado, a regra introduzida pelo TSE este ano é inconstitucional, pois "cria uma limitação ao MP que a Constituição não prevê". "O MP tem poderes para requisitar inquéritos, inclusive exerce a função de controle externo da atividade policial. Entendo que só com uma alteração constitucional se poderia suprimir esses poderes", explica. E eu acrescento: aliás, foi por isso que a PEC 37 foi rejeitada no Parlamento, porque é matéria constitucional.
A quem interessa essa limitação?
Nosso país é estranho e surreal. Avança de um lado, por vezes... e logo depois dá um salto para trás. Pergunto: em que a investigação de oficio – aliás, é para isso que existe o MP e a Polícia, pois não? – prejudicam o combate à corrupção eleitoral? Em quê?
Todos os dias Delegados e membros do Ministério Público investigam, sponte sua, crime dos mais variados em todo o território. A pergunta é: por que os crimes eleitorais seriam diferentes? No que? Por que mexe com políticos poderosos? O argumento do TSE não convence ninguém. Aliás, irônica e paradoxalmente, não convenceu nem seu Presidente, Min. Marco Aurélio. Espera-se que o STF declare inconstitucional essa medida. Na verdade, com tudo o que já se escreveu e discutiu sobre o combate à corrupção, investigação da polícia, MP, etc, até o porteiro do Supremo Tribunal já está apto a declarar inconstitucional a tal Resolução.
Numa palavra: O que fazer com o artigo 365 do Código Eleitoral? Uma Resolução vale mais do que uma Lei? E os Códigos Penal e de Processo Penal? Valem menos do que uma Resolução de um órgão do Poder Judiciário? Pode uma Resolução alterar prerrogativas constitucionais de uma Instituição como o Ministério Público?
Uma pergunta a mais: valendo a Resolução, o MP toma conhecimento de um crime e “pede” ao juiz para que autoriza a investigação... Suponha-se que o Juiz não queira ou entenda que não há motivo para a investigação. Faz-se o que? Recorre? Só que, na dinâmica de terrae brasilis, em que os feitos não andam, se arrastam, a real investigação que tinha que ser feita vai para as calendas. Eis o busílisda questão. Todo o poder concentrado no Juiz Eleitoral. É isso que se quer dizer com a palavra “transparência”?
Mais: qual é diferença de um crime de corrupção não-eleitoral com um de corrupção eleitoral? Por qual razão o indivíduo que comete crime eleitoral tem mais garantias – é o que parece querer ter em mente o TSE – que o outro que comete crime “comum”? Um patuleu comete um furto e qualquer escrivão, por ordem do Delegado, abre inquérito contra ele; mas se comete crime eleitoral... há que pedir autorização judicial.[1] A pergunta fatal, para o bem e para o mal: não teria que ser assim em todos os crimes? Ou quem comete crime eleitoral possui privilégios sistêmicos? Não temos que tratar todos do mesmo modo em uma democracia?
Falta de coerência, integridade legislativa, prognose e violação da Untermassverbot
Poderia ser mais sofisticado e dizer, ainda, que a Resolução, ao “datar” um tipo de procedimento investigativo (só para 2014, diferenciando-o das eleições anteriores), é inconstitucional por aquilo que Dworkin chama de “lei de conveniência”, porque carecedora do elemento da coerência e da integridade legislativa. Mais ainda, a Resolução é inconstitucional porque ausente qualquer prognose. E se sabe que, hoje, é possível discutir a inconstitucionalidade a partir da falta de prognose. Em que, por exemplo, o processo eleitoral será mais limpo se se proibir a Polícia e o Ministério Público de investigarem sponte sua? Isso me parece irrespondível.
Ademais, também é inconstitucional a Resolução, levando em conta a falta de coerência, integridade e prognose, porque viola o princípio da proibição de proteção insuficiente (deficiente), chamada deUntermassverbot, já havendo precedente desse tipo de aplicação no Supremo Tribunal Federal. Ou seja, ao fazer a alteração, o TSE está protegendo de forma insuficiente/deficiente bens jurídicos fundamentais, como a moralidade das eleições, isso para dizer o mínimo. Ao proibir o MP e a Polícia de instaurarem investigações, o Judiciário (TSE) protege “de menos” a sociedade, porque dificulta o combate à criminalidade eleitoral.
De todo modo, como um otimista metodológico que sou – como sabem, sou da filosofia do “como se” (é como se [al sob] o Brasil pudesse dar certo) – penso que não é necessário dedicar tantas energias nessa Resolução que já nasceu morta. O Brasil se pretende sério. O povo quer que o país seja sério. Quer eleições com menos corrupção. Não me parece que o juiz saiba mais sobre abertura de inquérito que o Delegado e o membro do Ministério Público. Aliás, juiz julga. Polícia e Ministério Público investigam. Se o juiz já julga antes, para saber se é caso ou não de investigação – e não se diga que isto não é ato de pré-julgamento” - já está quebrado o sistema acusatório. Bingo! Mais um argumento que aponta para a inconstitucionalidade da Resolução.
Na verdade, parece que querem matar no cansaço a comunidade jurídica com esse tipo de discussão. Todos os dias surgem novas coisas para nos assustar. De um lado, o próprio STF aponta com quatro votos para a inconstitucionalidade de um modelo de doação de campanhas sem que a própria Constituição dê qualquer “dica” sobre qual o modelo a ser seguido. De outro, agora, o Tribunal Superior Eleitoral ingressa no cenário para proibir que a Polícia e o Ministério Público abram investigações de ofício naquilo que deve ser mais caro à cidadania: o-direito-fundamental-a-termos-eleições-limpas.
Tristes trópicos, diria Claude-Lévi Strauss (o antropólogo e não o das calças jeans). Ou, como diria o Conselheiro Acácio, personagem de Eça de Queiroz: as consequências vem sempre depois.
A pergunta é: Dá para esperar?
[1] Alguém poderá argumentar: Mas a passagem pela “mão” do Juiz é apenas uma questão de burocracia, porque o art. 6º da Resolução diz que “Recebida a notícia-crime, o Juiz Eleitoral a encaminhará ao Ministério Público Eleitoral ou, quando necessário, à polícia, com requisição para instauração de inquérito policial (Código Eleitoral, art. 356, § 1°)”. Mas, pergunta-se: Então a Resolução teria sido feita para isso? O Juiz é um repassador de notícia-crime? Mas isso um estagiário pode(ria) fazer, pois não? Mas, daí vem outra pergunta: Por que o outro dispositivo (Art. 8º) diz que “O inquérito policial eleitoral somente será instaurado mediante determinação da Justiça Eleitoral”? Eis o busílis da questão!
"Para ter olhos bonitos, procure ver o melhor dos outros, para ter lábios bonitos, fale somente palavras agradáveis, e para ter boa postura, caminhe com a certeza de que você nunca está sozinho."
(S a m L e v e n s o n)
- A
partir de agora, promotores e procuradores terão de pedir autorização à
Justiça Eleitoral para abrir investigação de suspeita sobre crimes
eleitorais
Pessoa utilizando urna eletrônica: MP terá que pedir autorização da Justiça para inbvestigar crimes nas eleições deste ano
Brasília - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tirou do Ministério Público (MP) o poder de pedir a instauração de inquéritos policiais para investigação de crimes nas eleições deste ano.
A partir de agora, promotores e procuradores terão de pedir autorização à Justiça Eleitoral para abrir uma apuração de suspeita de caixa dois, compra de votos, abuso de poder econômico, difamação e várias outras práticas.
Até a eleição de 2012, o TSE tinha entendimento diferente. As resoluções anteriores que regulavam aseleições diziam: "o inquérito policial eleitoral somente será instaurado mediante requisição do Ministério Público ou da Justiça Eleitoral".
Para o pleito de 2014, os ministros mudaram o texto: "O inquérito policial eleitoral somente será instaurado mediante determinação da Justiça Eleitoral". Ou seja, o Ministério Público foi excluído.
O relator da nova norma, ministro José Antonio Dias Toffoli, que irá assumir o comando da Corte em maio, afirma que o tribunal mudou o entendimento histórico por duas razões: processos que não tinham o aval inicial da Justiça estavam sendo anulados; outra razão, garantir maior transparência.
"O Ministério Público terá que requerer à Justiça. O que não pode haver é uma investigação de gaveta, que ninguém sabe se existe ou não existe. Qualquer investigação, para se iniciar, tem que ter autorização da Justiça", diz. "A polícia e o Ministério Público não podem agir de ofício."
Hotel da Papuda
Presos
há quase dois meses no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília,
os condenados no julgamento do mensalão recebem um tratamento
privilegiado, de acordo com reportagem divulgada no Jornal Folha de S.Paulo.
Os colegas “petistas” como foram denominados pelos demais detentos, – mesmo somente dois dos oito mensaleiros serem do PT –, comem melhor e não se misturam com os demais, alguns chegam a tomar banho de sol o dia inteiro e são mais bem tratados pelos carcereiros.
Essa é a versão comentada pelos detentos, segundo a matéria. Porém, a direção da Papuda afirma que a situação não é assim. Mas os presos do mensalão têm rotina diferenciada, por razões de segurança.
Presos na mesma cela do Centro Integrado de Reabilitação (CIR), de regime semiaberto, o ex-ministro José Dirceu, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, o ex-tesoureiro do PL (hoje PR) Jacinto Lamas e os ex-deputados Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Carlos Rodrigues (PR-RJ) estão em ala destinada a ex-policiais.
Já os presos do regime fechado, o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza e seus ex-sócios Cristiano Paz e Ramon Hollerbach, estão em celas individuais.
O dia na Papuda tem horário para os detentos acordarem, receberem as refeições e banho de sol. No entanto, os mensaleiros desfrutam de alimentos diferenciados, que são comprados na cantina do presídio, com o dinheiro que é semanalmente levado por familiares.
No horário do banho de sol, mais uma vez a rotina dos “petistas” é diferente da dos 12 mil presos da Papuda. Os condenados do mensalão têm um dos sete pátios do CIR exclusivo, sem contato com outros presos. Além disso, aqueles que estão no CIR também têm uma TV dentro da cela.
Marcela de Freitas
Os colegas “petistas” como foram denominados pelos demais detentos, – mesmo somente dois dos oito mensaleiros serem do PT –, comem melhor e não se misturam com os demais, alguns chegam a tomar banho de sol o dia inteiro e são mais bem tratados pelos carcereiros.
Essa é a versão comentada pelos detentos, segundo a matéria. Porém, a direção da Papuda afirma que a situação não é assim. Mas os presos do mensalão têm rotina diferenciada, por razões de segurança.
Presos na mesma cela do Centro Integrado de Reabilitação (CIR), de regime semiaberto, o ex-ministro José Dirceu, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, o ex-tesoureiro do PL (hoje PR) Jacinto Lamas e os ex-deputados Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Carlos Rodrigues (PR-RJ) estão em ala destinada a ex-policiais.
Já os presos do regime fechado, o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza e seus ex-sócios Cristiano Paz e Ramon Hollerbach, estão em celas individuais.
O dia na Papuda tem horário para os detentos acordarem, receberem as refeições e banho de sol. No entanto, os mensaleiros desfrutam de alimentos diferenciados, que são comprados na cantina do presídio, com o dinheiro que é semanalmente levado por familiares.
No horário do banho de sol, mais uma vez a rotina dos “petistas” é diferente da dos 12 mil presos da Papuda. Os condenados do mensalão têm um dos sete pátios do CIR exclusivo, sem contato com outros presos. Além disso, aqueles que estão no CIR também têm uma TV dentro da cela.
Marcela de Freitas
Holanda quer que prisioneiros paguem por diária na cadeia
Cada prisioneiro custa cerca de 250 euros por dia para os cofres públicos holandeses.france 24 |
O governo holandês quer que cada prisioneiro do país contribua com os gastos gerados por sua permanência nas prisões. O ministério da Justiça propõe que os criminosos paguem 16 euros por cada noite passada atrás das grades. Atualmente, cada detento custa aos cofres públicos da Holanda cerca de 250 euros por dia.
O
projeto de lei foi apresentado pelo vice-ministro holandês da Justiça,
Fred Teeven. Segundo ele, “os prisioneiros condenados deveriam
participar parcialmente dos gastos gerados por seu encarceramento”,
explicou o porta-voz do ministério, Wiebe Alkema. O texto prevê que o
condenado – ou sua família no caso de detentos menores de idade –
contribua com 16 euros por dia (cerca de 50 reais), durante um período
máximo de dois anos.
A
medida suscitou críticas da BWO, sigla em holandês para a associação
dos transgressores da lei, que afirma que o projeto é contrário a
legislação europeia. “O vice-ministro quer que os prisioneiros paguem
durante dois anos, o que representa um montante de 12 mil euros”,
alegou, indignado, o presidente da entidade, Pieter Vleeming. O
porta-voz do governo rebate a acusação e afirma que outros países do
bloco já adotam esse tipo de lei.
Segundo
os últimos números oficiais, o sistema penitenciário holandês conta
atualmente com 12 mil detentos e cada um deles custa, de acordo com as
autoridades do país, 250 euros por dia (805 reais). Desde 2013 o governo
já vem anunciando sua intenção de cortar gastos em seu dispositivo
carcerário e o possível fechamento de cerca de 20 prisões já foi
cogitado para reduzir o orçamento.
Caso seja aprovada pelo Parlamento, a nova lei pode entrar em vigor em janeiro de 2015.
TAGS: ECONOMIA - HOLANDA - JUSTIÇA - LEGISLAÇÃO - PRISÃO
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Ideologia e moralidade
Por Ruy Fabiano*
Há momentos na história em que o espírito de uma nação – mais especificamente de sua classe letrada – se revela por inteiro.
É
o que ocorre no episódio do Mensalão. Inicialmente, não se esperava que
dele nada resultasse, o que, por si só, já revela algo de substantivo a
respeito de nossa cultura.
Dentro
dela, não é comum – para não dizer que é inédito - que pessoas
influentes paguem por seus crimes. A maioria da opinião pública, pois,
estava cética em relação ao destino dos mensaleiros. Seriam inocentados
e, em breve, estariam de volta.
Deu-se,
porém, o contrário: foram presos. Na reação à prisão, sustentada por
amplos setores da intelectualidade e do meio artístico, tem-se um
retrato da moralidade do país.
A
hostilidade nas redes sociais e nos jornais a Joaquim Barbosa deixa
claro que, acima da moral, está a ideologia. Ou por outra, sem ideologia
- de esquerda, claro - não há moral.
"Aos
amigos, tudo; aos inimigos, os rigores da lei", sustentava Getúlio
Vargas. A solidariedade a José Genoíno, em face de sua enfermidade, não
se estendeu a outro condenado, mais enfermo que ele, Roberto Jefferson,
que padece de um câncer irreversível.
Está
mais enfermo, mas não é da turma. Não merece compaixão. Criou-se, no
Mensalão, a figura esdrúxula do delito ideológico. O roubo de esquerda é
legítimo; o de direita, não.
Tal
distorção já vigora há tempos em relação aos direitos humanos: um preso
político em Cuba merece o que recebe; num regime militar de direita,
não.
Um torturado sob Pinochet mobiliza inúmeras comissões de direitos humanos; um sob Fidel Castro provoca silêncio e compreensão.
A
Comissão da Verdade investiga crimes de meio século atrás, mas só os
cometidos contra a esquerda. Só eles merecem o rótulo de abomináveis. Os
que ela cometeu – e cometeu diversos, devidamente comprovados – passam
como fatalidades.
E
é esse mesmo pessoal – que conta a História pelo viés ideológico - que
acusa o Supremo Tribunal Federal de ter feito julgamento político no
Mensalão.
O
processo levou sete anos para chegar ao plenário. Os autos formavam
montanhas de papel, mais de 50 mil páginas. Só a leitura do relatório
consumiu dois dias.
Cada
acusado teve sua devida defesa - e até embargos infringentes, não
previstos na lei, foram aceitos. Não houve qualquer cerceamento ao
devido processo legal.
Mais
da metade dos ministros, inclusive o relator, foi nomeada na gestão do
PT. Se tentativa houve de politizar o julgamento, foi da parte favorável
aos mensaleiros, com manobras protelatórias, que resultaram inúteis.
Na
execução da pena, os sentenciados exibiram de público o seu
injustificado protesto, brandindo punhos cerrados, com críticas ferozes
ao Judiciário. Reclamaram das condições carcerárias, mesmo já tendo o
governador de Brasília, Agnelo Queiroz, providenciado com antecedência a
construção de anexos mais confortáveis para receber os companheiros.
O
governador, num gesto inédito – já que é um agente do Estado e os
sentenciados delinquiram contra o Estado -, deu-se ao desplante de
visitá-los na prisão, ao lado de parlamentares, furando a fila de
familiares de outros presos, que aguardavam desde a madrugada
autorização para ingressar no presídio.
A
OAB, ausente durante todo o julgamento, só se manifestou para endossar
as críticas dos mensaleiros e reclamar da suposta severidade do
presidente do STF. Presos comuns – como os de Pedrinha, no Maranhão –
não causam qualquer consternação, nem à OAB, nem aos grupos de direitos
humanos.
Não
têm grife ideológica. São vítimas contemporâneas, que vivem em regime
de terror. Podem ter suas aflições interrompidas já, mediante
intervenção desses grupos que se proclamam humanitários, mas, à exceção
de vozes isoladas e impotentes, não sensibilizam os ativistas dos
direitos humanos ideológicos.
Não
faltam vozes, à esquerda, reclamando do moralismo que condenou os
mensaleiros. Mas essas mesmas vozes fizeram carreira política com
discursos moralistas, frequentemente falsos.
O
já falecido senador Humberto Lucena foi cassado por imprimir um
calendário na gráfica do Senado. O deputado Ibsen Pinheiro foi cassado
graças a um falso extrato bancário, que o mostrava milionário. O extrato
foi entregue por José Dirceu à redação de uma revista semanal, que o
publicou como verdadeiro. Dez anos depois, desfez-se a farsa, mas já era
tarde.
O
ex-ministro Eduardo Jorge, do PSDB, foi execrado publicamente como
corrupto numa manobra do PT com um procurador da República, Luiz
Francisco de Souza, que saiu de cena depois que o partido assumiu a
Presidência da República.
O
PT hoje prova do veneno que serviu à política brasileira. Nos 23 anos
que precederam sua chegada ao poder, pôs em cena a famosa recomendação
de Lênin aos militantes comunistas: "Acuse-os do que você faz".
O tiro um dia sairia pela culatra. Saiu.
* Ruy Fabiano é jornalista.
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
Subversão é o meu trabalho
Esse foi o processo que o Brasil sofreu. É isso que o Brasil vem servindo há algum tempo. Yuri Bezmenov
(Ex KGB) conta as maneiras de subverter um povo e, depois do caos instalado, vem "a grande solução".
Deixando claro que não são apenas os comunas que fazem isso.
No final tem uma tabelinha, e eu desafio os leitores a fazerem um teste par ver a situação atual do Brasil.
Dubitando, ad veritatem parvenimus...
aliquando! Duvidando, chegamos à verdade... às vezes!
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Plano do «sítio»
Últimas atualizações e pesquisa
Estado da democracia…
O menino que roubou uma agulha.
A subversão nos países-alvo da
extinta União Soviética - Palestra de Yuri Bezmenov.
Subversão soviética da imprensa do
mundo livre - Entrevista a Yuri Bezmenov: 1 | 2 | 3
As quatro etapas da subversão - Yuri
Bezmenov: 1 | 2 | 3
Para poder compreender o socialismo
A democracia face à conceção bíblica
do poder
Blogue «Formação Ideológica»
A subversão nos países-alvo da
extinta União Soviética
Vídeo no YouTube || Ficheiro PDF
disponível AQUI ou AQUI.
Palestra de um ex-agente do KGB, Yuri
Alexandrovitch Bezmenov (Tomas Schuman) (1939 — 1993), proferida na
Summit University, em Los Angeles, Califórnia, em 1983.
Subversão é o termo. Se virem no
dicionário ou no código penal deste assunto, é normalmente
explicado como uma parte de uma atividade para destruir coisas como
religião, Governo, sistema, sistema político-económico de um país;
e, normalmente, é ligado a espionagem e coisas românticas, como
explodir pontes, descarrilar comboios, atividade capa e espada no
estilo Hollywood; quando o que vou falar a respeito, agora, não tem
absolutamente nada a ver com o cliché de espionagem ou da atividade
do KGB de coletar informação.
Então, o maior erro ou conceito errado
(acho eu) é que, quando estamos a falar de KGB, por alguma razão
estranha, de produtores de Hollywood a professores de ciência
política e «especialistas» em assuntos soviéticos (kremlinólogos,
como se autodenominam), acham que a coisa mais desejável para
Andropov e todo o KGB é roubar o esquema de algum jato supersónico,
trazê-lo de volta para a União Soviética e vendê-lo para o
complexo industrial militar soviético. É apenas em parte
verdadeiro.
Se tomarmos todo o tempo, dinheiro, e
mão de obra que a União Soviética e o KGB em particular gasta fora
das fronteiras da União Soviética, descobriremos (claro que não há
estatísticas oficiais, ao contrário da CIA ou do FBI) que a
espionagem como tal ocupa apenas 10[%] a 15% do dinheiro, tempo e mão
de obra. 15% da atividade do KGB. Os 85% restantes são sempre
subversão. E ao contrário de um dicionário de inglês (dicionário
Oxford), subversão, na terminologia soviética, significa sempre uma
atividade distratora e agressiva, visando destruir o país, nação
ou área geográfica do seu inimigo. Então, não há românticos lá,
de forma alguma. Nada de explodir pontes, nada de microfilmes em
latas de Coca-Cola, nada desse género! Sem «nonsense» James Bond!
A maior parte. Esta atividade é
aberta, legítima e facilmente observável, se vocês se derem ao
tempo e trabalho de observá-la; mas, de acordo com a lei e sistemas
fiscalizadores da civilização ocidental, não é crime! Exatamente
por causa do conceito errado — manipulação de termos —, achamos
que o subversor é uma pessoa que vai explodir as nossas lindas
pontes! Não! Subversor é um estudante que vem para intercâmbio, um
diplomata, um ator, um artista, um jornalista (como eu fui há dez
anos)…
Bem, subversão é uma atividade que é
uma estrada de dois sentidos. Vocês não podem subverter um inimigo
que não quer ser subvertido. Se conhecerem a história do Japão,
por exemplo: Antes do século XX, o Japão era uma sociedade fechada.
No momento em que um barco estrangeiro chegava às margens do Japão,
o exército imperial japonês, educadamente, mandava-o desaparecer. E
se um vendedor americano chega às margens do Japão, (digamos) uns
60, 70 anos atrás, e diz: «Oh, eu tenho um aspirador de pó muito
lindo para si! Sabe, com um bom financiamento...». «Por favor,
deixe-nos. Não precisamos do seu aspirador.» Se não forem embora,
eles atiram, para preservar a sua cultura, ideologia, tradição,
valores, intactos! Vocês não foram capazes de subverter o Japão.
Não podem subverter a União Soviética, porque as fronteiras estão
fechadas, a comunicação social é censurada pelo Governo, a
população é controlada pelo KGB e polícia interna. Com todas as
lindas figuras lisas da revista Time e Magazine America, que é
publicada pela embaixada americana em Moscovo, vocês não podem
subverter os cidadãos soviéticos porque a revista nunca chega aos
cidadãos soviéticos. Ela é coletada das bancas e lançada na lata
de lixo.
A subversão só pode ser bem sucedida
quando o iniciador, o ator, o agente da subversão, tem um alvo que
responde. É um tráfego de dois sentidos. Os Estados Unidos são um
alvo recetivo de subversão. Não há resposta similar à dos Estados
Unidos à União Soviética. Ela para em algum lugar no meio do
caminho; nunca chega aqui.
A teoria da subversão remonta a 2500
anos atrás. O primeiro ser humano que formulou as táticas de
subversão foi um filósofo chinês chamado Sun Tzu (500 a. C.). Foi
um conselheiro para várias cortes imperiais na China antiga. E ele
disse (após longa meditação) que, para implementar política
estatal de uma maneira belicosa, é mais contraprodutivo, bárbaro e
ineficiente lutar num campo de batalha.
Sabem que a guerra é a continuação
da política estatal. (Certo?) Então, se querem implantar com
sucesso a sua política estatal e começar a lutar, esta é a maneira
mais idiota de fazer. A mais alta arte da guerra é não chegar a
lutar; mas subverter qualquer coisa de valor no país do seu inimigo,
até ao momento em que a perceção da realidade do seu inimigo
deteriora a ponto de ele não o perceber a si como um inimigo e em
que o seu sistema, a sua civilização e as suas ambições parecem
ao seu inimigo uma alternativa se não desejável, então ao menos
factível. «Antes vermelho que ser morto.» Esse é o propósito
final, a etapa final da subversão, após a qual vocês podem
simplesmente dominar o seu inimigo sem disparar um tiro, se a
subversão for bem sucedida. Isto é basicamente o que é a
subversão.
Como podem ver, nenhuma menção a
explodir pontes. Claro que Sun Tzu não sabia muito sobre explodir
pontes. Talvez não houvesse tantas pontes naquela época!
Mas o básico da subversão está sendo
ensinado a todo o aluno da escola do KGB, na União Soviética, e a
oficiais de academias militares. Não sei se o mesmo autor está
incluído na lista de leituras para oficiais americanos, sem falar de
estudantes comuns de ciência política. Eu tenho dificuldade em
encontrar a tradução de Sun Tzu na biblioteca universitária em
Toronto e depois aqui, em Los Angeles; mas é um livro que não está
«disponível». Ele é forçado para todo o estudante na União
Soviética, todo o estudante que se pensa que lidará mais na sua
carreira com estrangeiros.
O que é subversão?
Basicamente, consiste em 4 períodos,
temporalmente. Se começarmos aqui e formos neste sentido no tempo
(certo?), aqui é o ponto inicial. A primeira etapa da subversão é
o processo chamado basicamente desmoralização. Diz por si o que é.
DESMORALIZAÇÃO
Leva (digamos) de 15 a 20 anos para
desmoralizar uma sociedade. Porquê 15 ou 20 anos? Esse é o tempo
suficiente para educar uma geração de estudantes ou crianças. Uma
geração. Um tempo de vida de uma pessoa, de um ser humano, que é
dedicado a estudar, a formar a mentalidade, ideologia, personalidade.
Não mais, não menos. Normalmente, leva de 15 a 20 anos.
O que inclui? Inclui: Influenciar, ou
(por vários métodos) infiltração, métodos de propaganda,
contactos diretos (não importa muito; vou descrevê-los depois),
várias áreas onde a opinião pública é formada ou moldada:
religião, sistema educativo, vida social, administração, sistema
fiscalizador legal (militar, é claro) e relações de trabalho
(trabalhador) — patrão, economia. (OK?) Cinco áreas. (Não vou
escrever porque não vamos ter espaço suficiente.)
Às vezes, quando descrevo todos os
métodos, alunos perguntam-me: «Tem a certeza de que isso é o
resultado da influência soviética?» Não, necessariamente. Vejam:
a tática da subversão sobre a qual estou a falar é similar à arte
marcial, a arte marcial japonesa. Se alguns de vocês estão
familiarizados com esta tática, provavelmente vão-se lembrar de que
se um inimigo é maior, mais pesado que você, seria muito doloroso
resistir ao seu golpe direto. Se uma pessoa mais pesada me quer
acertar no rosto, seria muito ingénuo e contraprodutivo eu parar o
seu golpe. A arte chinesa e japonesa do judo diz-nos o que fazer:
primeiro, evitar o golpe, e então agarrar o punho e continuar o seu
movimento na direção em que estava antes, (certo?) até que o
inimigo bata na parede. (Viram?)
Então, o que acontece aqui: O
país-alvo, obviamente, faz algo errado. Se é uma sociedade livre,
democrática, há vários movimentos diferentes dentro da sociedade.
Há, obviamente, em toda a sociedade, pessoas que são contra a
sociedade. Podem ser criminosos comuns, em discordância da política
estatal; inimigos declarados; simples personalidades psicóticas que
são contra tudo... (Certo?) E, finalmente, há o pequeno grupo de
agentes de uma nação estrangeira, comprados, subvertidos,
recrutados. (Certo?) No momento em que todos estes movimentos
estiverem direcionados numa direção (certo?), esta é a hora de
agarrar este movimento e continuá-lo até que o movimento force a
sociedade inteira ao colapso, à crise. (Certo?) Então, esta é
exatamente a tática da arte marcial. Não paramos um inimigo;
deixamo-lo ir, ajudamo-lo a ir na direção em que nós queremos que
eles vão. (OK?)
Então, na etapa de desmoralização,
obviamente há tendências em cada sociedade, em cada país, que
estão indo na direção oposta aos princípios e valores morais
básicos. Tirar vantagem destes movimentos, faturar em cima deles é
o maior propósito do originador da subversão.
Então,
1. Temos religião;
2. Temos educação;
3. Temos vida social;
4. Temos estrutura de poder;
5. Temos relações de trabalho —
sindicatos;
6. E, finalmente, temos lei e ordem.
(OK?)
Estas são as áreas de aplicação da
subversão.
O que significa, exatamente?
No caso da religião: Destrua-a.
Ridicularize-a. Substitua-a por várias seitas, cultos, que levam a
atenção das pessoas, a fé (seja ela ingénua, primitiva... não
importa muito), desde que o dogma religioso basicamente aceite seja
erodido devagar e levado para longe do propósito supremo da religião
— [que é] manter as pessoas em contacto com o Ser Supremo. Isto
serve ao propósito. Logo, substitua as organizações religiosas
aceites, respeitadas, por organizações falsas. Distraia a atenção
das pessoas da fé real e atraia-as a várias fés diferentes.
Educação: Distraia-os de aprender
algo que seja construtivo, pragmático, eficiente. Em vez de
matemática, física, línguas estrangeiras, química..., ensine-lhes
a história do conflito urbano, comida natural, economia doméstica,
a sua sexualidade..., qualquer coisa, desde que afaste. (OK?)
Vida social: Substitua as instituições
e organizações tradicionalmente estabelecidas por instituições
falsas. Tire a iniciativa às pessoas. Tire a responsabilidade às
ligações naturalmente estabelecidas entre indivíduos, grupos de
indivíduos e a sociedade como um todo e substitua-as por órgãos
artificialmente e burocraticamente controlados. Em vez de vida social
e amizade entre vizinhos, estabeleça instituições de assistentes
sociais — pessoas que estão na folha de pagamento de quem? [Da]
sociedade? Não: Burocracia! A principal preocupação dos
assistentes sociais não é a sua família, não é você, não é a
relação social entre grupos de pessoas. A preocupação principal é
receber o cheque de pagamento do Governo. Qual será o resultado do
serviço social deles? Não importa, realmente. Eles podem
desenvolver todo o tipo de conceitos para mostrar ao Governo e ao
povo que eles são úteis. (OK.) Para longe dos elos naturais.
Estrutura de poder: (OK.) Os órgãos
naturais de administração que tradicionalmente são eleitos pelo
povo em geral ou indicados pelos líderes eleitos da sociedade são
substituídos ativamente por órgãos artificiais: órgãos de
pessoas, grupos de pessoas que ninguém elegeu jamais! Na verdade, a
maioria das pessoas não gosta deles de modo nenhum, mais ainda assim
eles existem. Um destes grupos é a comunicação social. Quem os
elegeu? Como podem eles ter tanto poder, poder quase monopolista
sobre a sua mente?! Eles podem violentar a sua mente! Mas quem os
elegeu? Como podem? Eles têm ousadia de dizer o que é bom ou mau
para o Presidente — eleito por vocês — e para o seu Governo. Que
diabo são eles?! Spiro Agnew, que era odiado pela esquerda liberal,
chamou-os de «tropa de snobes despudorados», e é exatamente o que
são. Eles acham que sabem. Não sabem! O nível de mediocridade: Em
grandes estabelecimentos como New York Times, Los Angeles Times,
grandes redes de televisão, você não tem de ser um jornalista
excelente. Você tem de ser exatamente um jornalista medíocre. É
mais fácil sobreviver: Não há mais concorrência. Tem a sua bela e
boa renda: 100 000 dólares por ano. E pronto. Se é melhor ou pior,
não importa mais, desde que sorria para a câmara e faça o seu
trabalho. É isso. Não há mais concorrência. Estrutura de poder é
lentamente erodida pelos órgãos e grupos de pessoas que não têm
nem qualificação, nem a vontade do povo para mantê-los no poder, e
ainda assim eles têm poder. (OK.)
Junto com isto, há outro processo —
Fiscalização, lei e ordem: A organização está sendo erodida. Nos
últimos 20, 25 anos, se virem os filmes antigos e os filmes novos,
verão que, nos filmes novos, um polícia, um oficial do exército
americano, parece burro, raivoso, psicótico, paranoico. E o
criminoso parece porreiro, como: Bem, ele fuma maconha e injeta
qualquer droga; mas, basicamente, é um ser humano bonzinho. É
criativo. E é improdutivo só porque a sociedade o oprime; enquanto
um general do Pentágono é sempre, por definição, um burro, um
maníaco guerreiro. O polícia é um porco, um polícia rude, abusa
do poder... (Sabem?) Uma generalidade, uma generalização como esta.
O ódio, a desconfiança para com as pessoas que vos devem proteger e
fazem cumprir a lei e a ordem. Relativismo moral!
O processo Angelo Buono durou dois anos
em Los Angeles e ainda assim há alguns advogados que dizem: «Olhem:
ele é um bom sujeito, na verdade.» Houve testemunhas que disseram
(também criminosas!): «Ora, ele é um tipo porreiro! Um dia, eu
pedi para ele queimar a casa do meu inimigo e ele não quis!» Tipo
porreiro! Erosão. Uma substituição lenta dos princípios morais
básicos, em que um criminoso não é bem um criminoso: é um réu.
Mesmo que a sua culpa esteja provada, há ainda uma dúvida. Matar ou
não matar, ser ou não ser. «Não matarás!» Sim! Mas esta fala
pode não ser necessariamente aplicável a um assassino! «Não
assassinarás!» — esta deveria ser a premissa, e não «não
matarás». (OK.)
Relações trabalhistas: Nesta etapa,
dentro de 15 a 20 anos, destruímos os elos tradicionalmente
estabelecidos de negociação entre patrão e empregado. A clássica
teoria marxista-leninista de troca natural de bens: Uma pessoa «A»
tem 5 sacas de cereais e uma pessoa «B» tem 5 pares de sapatos; e a
troca natural sem dinheiro é quando eles negociam entre si, e apenas
com a introdução da terceira «C», um completo terceiro
alienígena, estranho, que diz: «Não lhe dê a ele as 5 sacas de
cereal. Dê-mas a mim. E você, dê-me os seus 5 pares de sapatos, e
eu distribuirei de acordo.» Então a economia irá [balançar]…
Esta é a morte da troca natural, a morte da negociação natural.
Bem, os sindicatos foram estabelecidos
há cem anos atrás. O objetivo era melhorar as condições de
trabalho e proteger os direitos dos trabalhadores daqueles patrões
que estavam a abusar do seu direito porque tinham mais dinheiro.
Objetivamente, naquela época, inicialmente o movimento dos
sindicatos funcionou de facto. O que vemos agora é que o processo de
negociação não está mais a resultar no acordo que leva
diretamente à melhoria de condições de trabalho e aumento de
salário. O que vemos é que, após cada greve prolongada, os
trabalhadores perdem. Mesmo que tenham aumento de 10% nos seus
salários, não conseguem recuperar por causa da inflação e do
tempo perdido. Mais que isso: Milhões de pessoas sofrem com aquela
greve, porque agora a economia é interdependente, está entrelaçada
como um único corpo. Se, antes, os siderúrgicos, (digamos) cem anos
atrás, podiam entrar em greve, ninguém sofreria. Agora, é
impossível. Se um funcionário do lixo entra em greve, hoje, o resto
da cidade de milhões fica a cheirar mal. Quer dizer: o serviço
faltará. No Québec, por exemplo, os eletricistas entraram em greve
no meio do inverno! Você pode congelar o seu traseiro, e ainda assim
eles estavam em greve. Eles recuperaram o salário? Não! Perderam!
Quem ganhou com isto? Os líderes do sindicato. Qual é o motivo da
greve? Melhorar as condições do trabalhador? Não! Óbvio que não
é! Então qual é? IDEOLOGIA! Para mostrar a esses capitalistas! E a
horda obediente de trabalhadores, como ovelhas, segue essa gente e
não pode desobedecer. Porquê? Porque se desobedecerem, sabem o que
acontece com eles? Piquetes, assassinatos, camionistas baleados por
piquetes!... Em Montreal, por exemplo, vi com os meus próprios
olhos, quando fui correspondente da CBC (Canadian Broadcasting
Corporation International), quando trabalhadores de uma fábrica de
aeronaves destruíram computadores e equipamentos na fábrica e a
administração contratou fura-greves, os seus carros foram virados
de cima para baixo e queimados. As suas casas foram queimadas! Os
seus filhos foram intimidados e houve vítimas! Disto, vocês podem
ter a certeza. Porquê? Para melhorar as condições dos
trabalhadores? Não! Ideologia! (OK.)
Isto é o que basicamente acontece.
Pode ou não acontecer sem a ajuda da União Soviética, mas as
tendências naturais estão a ser bastante aproveitadas e exploradas
pelos sistemas de propaganda soviéticos. Como? Sempre que um
sindicato entra em greve, temos um influxo de propaganda, meios de
comunicação social, disseminação ideológica: «O direito dos
trabalhadores»! E repetimos, como papagaios: «Sim, o direito dos
trabalhadores». Direito de quem? Dos trabalhadores? Não! A única
liberdade do trabalhador — vender o seu trabalho de acordo com o
seu próprio desejo e vontade — é-lhe tirada! Por quem? Pelo chefe
do sindicato. É dado poder ilimitado, responsabilidade... Quero
vender o meu trabalho, não por 2,50 à hora, mas por 2 dólares. Eu
não tenho o direito! A minha liberdade é-me negada. Eu sei que se
vender o meu trabalho por 2 dólares à hora e não por 3 dólares,
concorrerei melhor com o outro indivíduo, que é preguiçoso e mais
ambicioso. Eu não preciso de 3 dólares. Preciso apenas de 2
dólares. Não! Fui forçado a acreditar pela comunicação social,
pelas empresas, por agências publicitárias que preciso de mais e
mais e mais! Já viram alguma publicidade na TV para consumir menos?
Não! De modo nenhum! Se precisa de um carro de 6 cilindros ou não,
tem de comprá-lo e é já! Quando eu vinha a conduzir para cá, na
estação de rádio local um locutor empolgado disse: «Você, corra
e economize, economize, economize! Tem uma liquidação de
pé-de-meia!» Economize, comprando mais!! Claro, claro! Seria muito
ingénuo esperar que o KGB obrigasse a agência publicitária a fazer
uma propaganda maluca dessas. Não, claro que não! Mas o que
fazíamos, quando eu trabalhava para a Novosti: Atolávamos editoras,
organizações estudantis, grupos religiosos, com literatura de luta
de classes, se não diretamente com propaganda marxista-leninista,
então propaganda de aspirações legítimas da classe operária:
melhoria de vida, igualdade... Igualdade! Vejam só! O Presidente
Kennedy uma vez disse: «Povo, vamos fazer a América acreditar que
as pessoas nascem iguais!» As pessoas nascem iguais? Há alguma
menção na Bíblia ou em alguma outra escritura sagrada em qualquer
religião? Qualquer religião! Se não acredita em mim, vá para a
biblioteca e procure. Não há uma única palavra sobre igualdade!
Mas o oposto: Pelas tuas ações, Deus te julgará! O que você faz é
importante: o mérito da sua personalidade. Você não pode legislar
igualdade. Se quer ser igual, você tem de ser igual! Tem de merecer.
E ainda assim, construímos a nossa
sociedade sobre o princípio de igualdade. Vocês dizem: «As pessoas
são iguais». Sabem que é falso, é uma mentira! Algumas pessoas
são altas e estúpidas; outras são baixas, carecas e inteligentes.
Algumas… Se as fazemos iguais à força, se colocarmos o princípio
da igualdade na base da nossa estrutura sociopolítica, é o mesmo
que construir uma casa na areia. Cedo ou tarde, ela vai desmoronar; e
é exatamente o que acontece.
E nós, propagandistas soviéticos,
estamos a tentar empurrar a vocês na direção em que vão sozinhos:
«Igualdade, sim! Igualdade! As pessoas são iguais! Terra das
oportunidades iguais!» É verdade ou não? Pensem bem! Oportunidades
iguais. Deve haver oportunidades iguais? Para mim? E para um safado
preguiçoso que vem para cá, vindo de outro país, e imediatamente
se regista como recipiente, beneficiário de seguro? Eu nunca recebi
um único dól... Não, desculpem, recebi uma vez. Mas nunca requeri
seguro. Por 13 anos, aceitava qualquer emprego: segurança,
jornalista, taxista, qualquer coisa!
Bem, eu fui muito ativo, mas algumas
pessoas não gostam disso. Então, porque deveríamos ter
oportunidades iguais? Porquê? [«Oportunidade igual de se
destacar.»] Oportunidades iguais em circunstâncias iguais, sim, mas
vocês sabem que as pessoas são diferentes. Destacar-se, sim,
supondo que cheguemos ao mesmo nível de excelência, perfeição,
que é um futuro distante hipotético. Sim, talvez. Mas sabemos
perfeitamente bem que, mesmo com as melhores intenções, as pessoas
não poderiam ser iguais. Porque deveríamos ter igualdade no
(digamos) sistema legal? Eu, que me considero um cidadão cumpridor
da lei, e uma pessoa que vem aqui para roubar e atirar? Digamos... O
Governo dos Estados Unidos, sob Carter, importou milhares de
criminosos cubanos. Eram criminosos conhecidos. Ainda assim, foram
aceites. Acham justo que eu e a minha esposa das Filipinas, que
trabalha como (perdão!) cavalo como técnica de laboratório no
hospital, deveríamos ter os mesmos direitos que um criminoso de
Cuba? Porquê? E ainda assim, repetimos como papagaios: «Igualdade,
igualdade, igualdade!» E o sistema de propaganda soviética
ajuda-nos a acreditar que igualdade é algo desejável. A democracia,
tal como foi estabelecida pelos patronos deste país [os Estados
Unidos], deste sistema, no século passado [XIX], não é igualdade:
é o sistema em que pessoas diferentes, pessoas desiguais, têm sorte
de sobreviver e de se ajudarem umas às outras, em constante
concorrência, em constante aperfeiçoamento, e não uma igualdade
que é imposta por um padrinho ou uma pessoa boazinha, em Washington
DC. E a igualdade absoluta existe na União Soviética. «Igualdade»:
Toda a gente está igualmente na lama, exceto algumas pessoas que são
mais iguais que as outras, no Politburo. (OK?)
Então, no momento em que vocês levam
um país ao ponto de quase total desmoralização, em que nada
funciona mais, quando não têm a certeza do que é certo ou errado,
bom ou mau, quando não há divisão entre o bem e o mal, quando até
os líderes da Igreja dizem às vezes: «Bem, violência em favor da
justiça (especialmente justiça social) é justificável em países
como Nicarágua, El Salvador, (bem,) talvez Rodésia…» E escutamos
isto e dizemos: «É, provavelmente. É verdade.» É verdade? Não,
não é verdade! Violência não é justificável, especialmente em
favor de «justiça social» introduzida por marxistas-leninistas
(que são meus ex-colegas da Agência Novosti). (OK.)
Então, atingimos aquele ponto. O
próximo passo é desestabilização.
DESMORALIZAÇÃO > DESESTABILIZAÇÃO
De novo, fala por si o que é:
desestabilizar todas as relações, todas as instituições e
organizações aceites no país do seu inimigo.
Como é que vocês fazem? Não têm de
mandar um batalhão de agentes do KGB para explodir pontes. Não!
Vocês deixam-nos fazer sozinhos! A área de aplicação é mais
estreita agora. Não é como no caso anterior. As ações abertas,
legítimas, do KGB, neste caso, mal seriam percetíveis. Não há
crime se um professor que recentemente veio da União Soviética
introduz um curso de marxismo-leninismo numa universidade
californiana, por exemplo. Ninguém vai chegar à porta dele e dizer:
«OK, senhor. Venha. Está preso.» Não! Não é crime. Não é
sequer considerado um crime moral contra o seu país.
Então, a área de aplicação aqui
estreita-se para:
1. Economia (novamente, relações
trabalhistas, certo?);
2. Para lei e ordem e militares;
3. E, novamente, a comunicação
social, mas um pouco diferente. (Vou explicar depois.) (OK.)
Três áreas, basicamente.
Economia: A radicalização do processo
de negociação. Se naquela etapa ainda poderíamos atingir,
teoricamente, algum acordo positivo entre as partes negociantes, com
(digamos) introdução arbitrária de juízes de terceira parte,
objetivamente julgando as exigências de ambos os lados; aqui é
radicalização. Na etapa de desestabilização, não chegamos a um
acordo nem dentro de uma família. O marido e a mulher não poderiam
descobrir o que é melhor: O marido quer que os filhos comam à mesa,
e a mulher quer que a criança corra pelo cómodo e derrube comida
pelo chão. Eles não chegam a um acordo, a não ser que comecem uma
luta. É impossível chegar a um acordo, um acordo construtivo entre
vizinhos. Alguns dizem: «Eu não gosto que você trabalhe na relva
nesta hora porque exatamente nesta hora ando a passear com o meu
cachorro e ele fica nervoso e não consegue passar as bolas».
(Sabem?) Eles não entram em acordo: Vão para um tribunal ou coisa
assim.
Radicalização de relações humanas,
sem mais acordo. Luta, luta, luta! As relações normais
tradicionalmente aceites são desestabilizadas. As relações entre
professores e alunos em escolas e universidades: luta! As relações,
na esfera económica, entre empregados e patrões são mais
radicalizadas: Não há mais aceitação da legitimidade das
exigências dos trabalhadores. Como os japoneses, com a teoria Z (se
já ouviram falar), em que trabalhadores estão envolvidos no
processo de decisão, então eles não têm incentivo moral para
lutar contra os seus patrões. Nos Estados Unidos, é justamente o
oposto. Quanto mais difícil a luta, melhor, mais heroicos eles
parecem. Quando a rede Greyhound estava de greve, recentemente, os
correspondentes de emissoras de TV locais em todos os Estados Unidos
abordaram os grevistas, e estes diziam: «Ah, sim, estamos a fazer
algo de bom!». E pareciam heróis e tinham orgulho. Havia uma
família: O marido era motorista de autocarro e então eles tinham
decidido, em protesto contra os patrões, acampar em algum lugar da
floresta. Foram apresentados à audiência como uma gente heroica e
boazinha. (Viram?)
Os embates violentos entre passageiros,
piquetes e os grevistas são apresentados como algo normal. 10, 15,
20 anos atrás, ficaríamos nervosos, a dizer: «Porquê? Porquê
tanto ódio?» Hoje, não. Dizemos: «Bem: lugar-comum!»
Radicalização, militarização às vezes, como expliquei naquela
etapa (adiantei-me um pouco): Pessoas baleadas! (OK.)
Lei e ordem, agora: Também é
empurrada para áreas em que as pessoas antes resolviam as suas
diferenças pacificamente e legitimamente. Agora, estamos a ficar com
esses casos judiciais nos casos mais irrelevantes. Não podemos mais
resolver os nossos problemas. A sociedade como um todo fica cada vez
mais antagónica entre indivíduos, grupos de indivíduos e a
sociedade como um todo.
A comunicação social coloca-se em
oposição à sociedade em geral, como um todo, separada, alienada.
(OK?) Nesta etapa (lembram-se de que eu falava há umas duas horas
atrás dos adormecidos?), aí é quando os estudantes (digamos) dos
Estados Unidos (se são treinados na Universidade Lumumba) ou das
nações em desenvolvimento (os estudantes com que eu lidava) estão
a ser mandados de volta da União Soviética para aqui. Ou, se já
estavam nos Estados Unidos, no país que é objeto da subversão,
partem para a ação! Os adormecidos acordam! Dormiram por 15 a 20
anos. Agora, tornaram-se líderes de grupos, pregadores, sei lá…
pessoas públicas. Agem proeminentemente. Incluem-se ativamente no
processo político. De repente, vemos um homossexual... Há 15 anos,
ele fazia as sujeiras dele e ninguém ligava, e agora ele faz disso
uma questão política. Exige reconhecimento, respeito, direitos
humanos, e junta um grande grupo de pessoas: o grupo dele e pessoas
comuns. E há choques violentos entre ele e a polícia, o grupo dele
e pessoas comuns. Não importa o quê: São negros contra brancos,
amarelos contra verdes. Não importa onde está a linha divisória,
desde que este grupo entre em choque antagónico, às vezes
militarmente, às vezes com armas de fogo. Isto é o processo de
desestabilização.
Os adormecidos (muitos dos quais são
simplesmente agentes do KGB) tornam-se líderes do processo de
desestabilização. Não quer dizer que o camarada Andropov mande o
camarada Ivanov para os Estados Unidos. A pessoa que toma conta já
está aqui! É um cidadão respeitado dos Estados Unidos. Às vezes,
recebe dinheiro de várias fundações para a sua luta legítima a
favor de (sei lá!) direitos humanos, direito das mulheres, kid-lib,
prison-lib, seja o que for. Há americanos simpatizantes que lhe doam
o seu dinheiro!
DESMORALIZAÇÃO > DESESTABILIZAÇÃO
> CRISE
O processo de desestabilização,
normalmente, leva diretamente ao processo de crise. No caso de nações
em desenvolvimento (esta era a área em que eu era ativo), o processo
começa quando os órgãos legítimos de poder, a estrutura social,
desmoronam, não podem funcionar mais. E então nós temos órgãos
artificiais injetados na sociedade; tais como comités não eleitos
(lembram-se de que eu falava deles aqui [na desmoralização]?);
assistentes sociais, que não são eleitos pelo povo; comunicação
social, que são os senhores autoinvestidos da sua opinião; alguns
grupos estranhos, que alegam que sabem como guiar a sociedade para a
frente. Em geral, não sabem. Tudo o que eles querem saber é como
coletar doações e vender a sua própria ideologia misturada, misto
de religião e ideologia.
Aqui, temos todos estes órgãos
artificiais exigindo poder. Se o poder lhes é negado, tomam-no à
força. No caso do Irão, por exemplo, de repente tínhamos comités
revolucionários. Quem? Quê? Que tipo de revolução? Não havia
revolução ainda, e ainda assim tinham comités! Tomavam o poder de
julgamento, tinham o poder de execução, tinham o poder de
legislação, e tinham o poder judicial, todos combinados numa
pessoa, que é um intelectual de miolo mole, às vezes formado em
Harvard ou Berkeley. Ele volta para o seu país e acha que sabe a
solução para todos os problemas sociais e económicos. (OK.)
A crise é quando a sociedade não pode
mais funcionar produtivamente: desmorona. Obviamente, esta é a
palavra para crise. Portanto, a população como um todo anda a
procurar um salvador. Os grupos religiosos estão à espera de que
venha um messias. Os trabalhadores dizem: «Temos família para
alimentar! Vamos ter um Governo forte, talvez um Governo socialista,
centralizado, onde alguém coloque os patrões nos seus lugares e nos
deixe trabalhar! Estamos cansados de greve e de perder horas extra e
todas essas coisas. Precisamos de um homem forte, Governo forte! Um
líder, um salvador, é necessário.» A população já está
irritada e cansada. E cá está: temos um salvador! Ou uma nação
estrangeira vem; ou o grupo local de esquerdistas, marxistas... não
importa como eles se chamam: sandinistas, reverendo, ou algum tipo...
Bispo Muzorewa (como no Zimbabué)... Não importa. Vem um salvador e
diz: «Eu guiar-vos-ei!» Então, nós temos duas alternativas aqui:
guerra civil e invasão.
DESMORALIZAÇÃO > DESESTABILIZAÇÃO
> CRISE > Guerra Civil ou Invasão
(OK?) Viram como funciona?
Guerra civil, sabemos o que é. Líbano
é o melhor exemplo: A guerra civil que foi artificialmente
implantada no Líbano por injeção de forças da OLP (Organização
para Libertação da Palestina).
Invasão, tivemos em vários outros
países como Afeganistão. Falem de qualquer país do Leste Europeu:
foi invadido pelo exército soviético.
Mas o resultado é o mesmo.
A próxima etapa é normalização.
DESMORALIZAÇÃO > DESESTABILIZAÇÃO
> CRISE > Guerra Civil ou Invasão > NORMALIZAÇÃO
Normalização é uma palavra muito
irónica, é claro! É emprestada da situação de 1968, na
Checoslováquia, quando a propaganda soviética e depois o New York
Times declararam: «O país está normalizado». Os tanques chegaram
a Praga; então, não há mais Primavera de Praga, não há mais
violência... Normal. Normalização. Nesta etapa, os governantes
autoinvestidos da sociedade não precisam de mais nenhuma revolução,
não precisam de mais nenhum radicalismo. Então, este é o reverso
da desestabilização; basicamente, é estabilizar o país à força.
Então, todos os adormecidos, e
ativistas, e assistentes sociais, e «liberais», e homossexuais, e
professores, e marxistas, e leninistas... são eliminados;
fisicamente, às vezes. Já fizeram o serviço deles. (OK?) Não são
mais necessários. Os novos governantes precisam de estabilidade para
explorar a nação, para explorar o país, tirar vantagens da
vitória. (OK?) Então, chega de revolucionários, por favor!
E é exatamente isto o que acontece em
vários países. Lembram-se do Bangladesh? (Esta foi a crise na qual
eu fui de utilidade.) Primeiro, tinham Mujibur Rahman. Em 1971, ele
era o líder do Partido do Povo, a Liga Awami, com um bigode como
Stalin. Esteve várias vezes na Rússia. Cinco anos depois, foi
baleado pelos seus ex-colegas marxistas. Cumpriu a sua função. No
Afeganistão, isto aconteceu 3 vezes. Primeiro, havia Taraki, depois
Amin e agora Babrak Karmal. Mataram-se sucessivamente, um após
outro, no momento em que um cumpria a sua obrigação; o primeiro
desmoralizava o país, o segundo desestabilizava, o terceiro levou-o
à crise. Adeus, camarada. Pum! Babrak Karmal vem de Moscovo e é
colocado no poder. O mesmo aconteceu em Grenada, recentemente.
Maurice Bishop, marxista, foi morto por Austin (Como se chama?
General qualquer coisa), que também era marxista! (Certo?) Então,
chega de revoluções, por favor. Normalização, agora.
De agora em diante, chega de greves,
chega de homossexuais, chega de women-lib, chega de kid-lib, chega de
lib. Ponto final! Boa e sólida liberdade proletária democrática!...
E pronto.
< < < <
Agora, para reverter este processo, é
preciso um esforço enorme. Quando, hoje, os Estados Unidos tiveram
de invadir Grenada para reverter o processo de subversão, algumas
pessoas disseram: «Rapaz, isso não é bom. Não é 'kosher' invadir
um lindo país, a ilha de Grenada!». Ora, porque não pararam o
processo aqui [na desmoralização], quando Grenada foi só abordada
por esquerdistas? Porque não impedir que Maurice Bishop chegasse
sequer ao poder? Os grenadenses queriam-no? Muito questionável! Para
começar, não sabiam quem era Maurice Bishop. Ele mesmo chegou ao
poder por um golpe de Estado. (OK?) Mas não, deixamos a situação
avançar cada vez mais até à crise e à normalização muito em
breve. E aí, os Estados Unidos decidem invadir o país, descobrindo
que o país era inteiramente uma base militar para a União
Soviética! Claro que é uma medida drástica! Claro que é uma pena
que os fuzileiros tivessem de perder (o quê?) 17 vidas. Muito mau.
Porque não parar o processo antes que chegue à crise? Ah, não! Os
intelectuais não deixam! É interferência em assuntos internos.
Eles têm o máximo de cuidado em não deixar o Governo americano
interferir em assuntos internos de países latino-americanos. Não
ligam à União Soviética interferindo nestes assuntos.
Então, para reverter este processo
daqui [normalização], é necessária apenas e sempre ação
militar. Nenhuma outra força na Terra pode reverter este processo,
neste ponto.
Neste ponto [crise], não é necessária
uma invasão militar pelo exército dos Estados Unidos. É necessária
ação vigorosa, como no Chile. Um envolvimento discreto da CIA, para
impedir que o salvador de fora chegue ao poder, e estabilizar o país
antes que ele entre em guerra civil. (OK?) Apoiar as forças
conservadoras de direita, através de dinheiro, bandidos ou lei, não
importa! Estabilizem o país! Não deixem a crise evoluir para guerra
civil ou invasão! «Oh, não! — vão dizer os seus liberais — é
contra a lei! O Congresso não alocará dinheiro para ações
secretas da CIA!» Porque não? Devemos esperar até vir a
normalização e os tanques soviéticos aterrarem no aeroporto de Los
Angeles?
Agora, neste ponto da desestabilização,
o processo também poderia ser revertido e de novo mais fácil que
este! Nada de envolvimento da CIA, neste ponto! Sabem o que é
preciso aqui? Restrição de algumas liberdades para pequenos grupos,
que são inimigos autodeclarados da sociedade. É simples, assim!
«Oh, não!» — dirão os liberais da comunicação social —
«Isto é contra a constituição americana!» Como podemos? Negar à
força direitos civis a criminosos, por exemplo. «Não é bom!»
(OK.) Então, permitimos que eles... (OK.) Se permitem que os
criminosos tenham direitos civis, vão em frente e levem o país à
crise. Deste modo, não há derramamento de sangue! Limitem os
direitos! Digo: não colocá-los na cadeia! Não estou a dizer para
colocar todos os gays de São Francisco num campo de concentração!
Não permitam que eles consigam poder político! Não os elejam para
posições de poder, seja a nível municipal, estadual ou federal.
Tem de ser enfiado na cabeça de eleitores americanos que uma pessoa
como esta nas posições de poder é um inimigo! Não temam esta
palavra: É um inimigo! Se não for um inimigo aqui, será aqui. Mais
adiante, ele será fuzilado; é claro! Mas, neste ponto, ele é um
inimigo. (OK?) Vocês estarão a prestar um grande serviço,
negando-lhe um direito de faturar em cima das suas próprias ideias
malucas e de se tornar um homem poderoso, um homem que usa a sua
posição de poder. Restrição de certas liberdades e de
permissividade naquele ponto impediriam de deslizar para a crise e,
provavelmente, reverteriam o processo de desestabilização.
Restringir o poder ilimitado, o poder monopolista dos sindicatos,
neste ponto, salvaria a economia do colapso. Introduzir uma lei para
impedir empresas privadas de violarem a mente da opinião pública na
direção do consumismo. Nenhuma empresa deve ter o direito de forçar
a si a comprar mais, a não ser que você queira. Tem de haver uma
lei. Quer anunciar o seu carro? OK. Mas nenhuma menção a comprá-lo
agora e economizar dinheiro! Tem de ser contra a lei forçar as
pessoas a consumirem mais. Autorrestrição!
Anteriormente, antes de este processo
começar, a autorrestrição era um assunto da Igreja — religião
—, porque os nossos pregadores, os padres da Igreja, nos diriam:
«Bens materiais são bons, mas não é a função primária do ser
humano, porque vocês têm de viver com algo!» Obviamente, o
desígnio da nossa vida não é consumir mais desodorizantes. Tem de
haver algo maior. Se tal instrumento complicado como o corpo humano
foi criado, obviamente deve haver algum propósito mais elevado para
isto. E é bem fácil evitar a desestabilização, negando às
empresas ambiciosas uma pequena liberdade: de forçar vocês a
tornarem-se processadores de produtos e bens indesejados. Eles
transformam vocês em máquinas, como a minhoca, que tem entrada e
saída. Então, quanto tempo um eletrodoméstico médio dura hoje em
dia? Menos de um ano. Porquê? Onde está a qualidade? «Mas nós
queremos que você compre mais.» (OK.) O processo de
desestabilização pode ser facilmente vencido se (como digo) a
sociedade, por vontade própria ou depois de persuadida pelos
líderes, chegar à ideia de autorrestrição. «É tão difícil!
Queremos consumir mais!» Mas têm a obrigação, a não ser que
queiram chegar a esta etapa em que, como dizemos na Rússia, se o
deserto do Saara se tornar um Estado comunista um dia, haverá
racionamento de areia. Então, vocês têm de limitar as suas
expectativas neste ponto, antes que seja tarde demais. Mas não, não
queremos fazer isto.
O processo de desmoralização, de
novo, é a coisa mais fácil de reverter. Antes de tudo, restringindo
a importação de propaganda, a coisa mais fácil de fazer.
Importação ilimitada, irrestrita, de literatura soviética,
jornalistas soviéticos; dar a propaganda soviética e a agitadores
ideológicos tempo igual na cadeia de TV americana — tem de ser
impedido! E é fácil. Eles não se ofenderão. (Vejam bem.) Na
verdade, eles respeitarão mais a América. Mas quando o meu
ex-colega Vladimir Posner aparece no Nighline, e Ted Koppel pergunta
«Bem, Vladimir, o que pensa disso?» — O que pode ele pensar?! É
um instrumento de propaganda! Ele pensa o que o camarada Andropov lhe
manda pensar. É apenas um belo e articulado altifalante do sistema
de subversão soviético. E Ted Koppel faz-lhes acreditar que o meu
amigo Vladimir Posner pensa?!
O processo de desmoralização pode não
ter começado de forma alguma se, neste ponto, o país que é um
recipiente de subversão ativamente (não violentamente, mas
ativamente) impede a importação de ideologia estrangeira. Não
quero que a América siga o modelo do Japão antigo. Vocês não têm
de atirar em todo o estrangeiro que se aproxime das fronteiras
sagradas dos Estados Unidos. Mas quando ele lhes oferece um bagulho
disfarçado de algo bem lustroso, vocês devem dizer-lhe: «Não. Nós
temos o nosso próprio bagulho.» Se, neste ponto, a sociedade for
forte, corajosa e bastante consciente para parar a importação de
ideias que são estranhas, então toda a cadeia de eventos pode ser
evitada.
Estive recentemente nas Filipinas e
fiquei chocado. Como nas grandes cidades, como Manila, crianças
escutam música ensurdecedora! Uma nação melodiosa, com uma longa
tradição de bela e boa música étnica introduzida pelos espanhóis
há muito tempo, talvez uns 2, 3 séculos atrás (não me lembro), de
repente, escutando lixo musical! Estourando os rádios a estouro
total, volume total! Porquê?
Na Índia, passei vários anos a ver a
reação de indianos saindo dos cinemas, depois de verem uma produção
de Hollywood. Não conseguiam entender por que os americanos são tão
desperdiçadores, rebentam os seus carros, os seus carros lustrosos,
a cada 5 minutos. Como podem atirar uns nos outros por meio milhão
de dólares? É verdade que são tão obcecados por sexo? Conseguem
imaginar mostrar um filme onde a cada 5 minutos há uma cópula na
tela a um país como a Índia, um país com longa tradição de
respeito nestes assuntos particulares? Ou ao Paquistão?! E os
Estados Unidos esperam que essas pessoas vos respeitem? De modo
nenhum. Ah, sim, eles verão o filme. Pagarão 5 rupias para ver
aquele lixo, mas sairão [do cinema] e dirão aos seus filhos: «Não
respeitem os americanos. Não sejam como os americanos.» (Viram?)
Então, o processo de desmoralização
pode ser impedido bem aqui, tanto exportado como importado. E isto
precisa de um passo, uma coisa muito importante a fazer. Não têm de
expulsar todos os agentes do KGB de Washington DC. A solução mais
difícil e ao mesmo tempo a mais simples para a subversão é começar
aqui [na fase de desmoralização] e antes ainda, trazendo a
sociedade de volta à religião, algo que vocês não podem tocar,
comer e vestir, mas algo que governa a sociedade e a faz mover e
preservar-se.
Um cientista soviético, Shafarevich,
que não tem nada a ver com religião (é um cientista da
computação), fez um estudo muito intenso na história de países
socialistas. (Ele chamava socialista ou comunista a qualquer país
com uma economia centralizada e uma estrutura de poder piramidal.) E
descobriu (na verdade, não descobriu; apenas chamou à atenção dos
seus leitores) que civilizações como Mohenjo-Daro (nas regiões
hindus ribeirinhas), como o Egito, como os maias, os incas, como a
cultura babilónica, desmoronaram e desapareceram da face da Terra no
momento em que perderam a religião. Simples, assim.
Desintegraram-se. Ninguém se lembra mais delas. Bem, vagamente.
Então, as ideias movimentam a
sociedade e mantêm a humanidade como uma sociedade de seres humanos,
agentes inteligentes e morais de Deus. Os factos, a verdade, o
conhecimento exato, talvez não. Toda a tecnologia sofisticada e os
computadores não impedirão a sociedade de se desintegrar e,
eventualmente, de desaparecer. Já conheceram alguma pessoa que
sacrificasse a sua vida, liberdade, por uma verdade como esta [2 x 2
= 4]? Isto é verdade! Nunca encontrei uma pessoa que dissesse: «Isto
é verdade e estou pronto para defender a verdade. Atira em mim!»…
Para defender a verdade. (Certo?) Mas milhões sacrificaram as suas
vidas, liberdade, conforto, — tudo! — por coisas como Deus, como
Jesus Cristo. É uma honra! Alguns mártires no campo de concentração
soviético morreram. E morreram em paz, ao contrário daqueles que
gritaram «Viva Stalin!», sabendo perfeitamente bem que ele podia
não viver muito.
Algo que é não-material movimenta a
sociedade e ajuda-a a sobreviver. E vice-versa: No momento em que nos
voltamos para «dois vezes dois é quatro», e fazemos disto um
princípio-guia para a nossa vida, nossa existência, morremos. Mesmo
quando isto é verdade, e isto, não conseguimos prová-lo; só o
podemos sentir e ter fé. Então, a solução para a subversão
ideológica, estranhamente, é muito simples: Você não tem de
atirar nas pessoas, não tem de mirar mísseis, Pershings e mísseis
de cruzeiro no quartel-general de Andropov. Só tem de ter fé e
evitar a subversão; noutras palavras: não ser uma vítima da
subversão. Não tente ser uma pessoa que, no judo, tenta esmagar o
adversário e é apanhada pela sua mão. Não golpeie assim. Golpeie
com o poder do seu espírito e superioridade moral. Se não tem este
poder, é a hora de desenvolvê-lo. E esta é a única solução.
Acabou. Obrigado!
O processo de subversão da sociedade do país alvo, é necessário para manipular cultural e psicologicamente as massas de forma a facilitar a implantação de regimes revolucionários. Este processo, descrito por ele, é dividido em quatro fases que são: "desmoralização", "desestabilização", "crise", "normalização".4
Fase | Tempo necessário | Alvos e / ou consequências |
---|---|---|
Desmoralização | 15-20 anos (tempo necessário para educar uma geração com "princípios revolucionários", opostos aos princípios morais tradicionais, gerando uma inversão de valores). | Religião, educação, cultura, comunicação social, lei e ordem, relações sociais, segurança, política interna/externa, família, saúde, etc. |
Desestabilização | 2-5 anos (período necessário para solapar as estruturas política, econômica e social). | Luta pelo poder, economia, estrutura social e lei, política externa. |
Crise | 2-6 meses (momento de precipitar uma crise generalizada, incitando desordem, pânico e radicalismo, apresentando como solução para a sociedade um "governo forte" ou uma alternativa "revolucionária"). | Guerra civil, intervenção estrangeira, golpe de estado conservador. |
Normalização | Em teoria, seria permanente. | Neste momento, a "nova ordem" é imposta e, os agentes empregados nas fases anteriores (os "idiotas úteis") são descartados. Na maioria dos casos, são eliminados fisicamente. |
A cada fase completada com êxito, torna-se mais difícil reverter o processo de subversão.
Durante a 3ª fase ("crise"), na tentativa de deter o processo, grupos conservadores tendem a promover contrarrevoluções e /ou golpes de estado. Muitas vezes, isto resulta guerras civis.
Na 4ª fase ("normalização"), o novo regime busca estabilizar a sociedade. Os "idiotas úteis", que cumpriram seu papel nas fases anteriores, tornam-se desnecessários e são descartados, pois são considerados um empecilho ao processo de "normalização". Bezmenov citava recorrentemente como "idiotas úteis" os grupos mais variados: artistas, jornalistas, professores, ativistas demovimentos sociais (feministas, homossexuais, defensores de direitos humanos, etc), políticos, empresários, líderes de seitas e tantos outros. Uns, colaboram de forma ativa e consciente, outros sofrem manipulações e atuam apenas como massa de manobra. Também citava, como exemplos de "idiotas úteis", os líderes revolucionários Nur Mohammad Taraki e Hafizullah Amin doAfeganistão e Sheikh Mujibur Rahman de Bangladesh, que depois de chegarem ao poder, foram assassinados pelos próprios marxistas-leninistas.
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