domingo, 28 de julho de 2013

Desabafo de uma médica na selva amazônica

É raro ver mulheres assumirem missões em pé de igualdade com homens nas forças armadas, só por isso já valeria a pena ler o desabafo abaixo.
Impressionante é ver mais uma vez o governo pseudo comunista armando um plano fantasioso de importação de guerrilheiros cubanos para as fronteiras usando a  questão da saúde como escudo.
A mais de 90 anos o exército tem o CPOR que forma oficiais que são designados para prestar atendimento a população em qualquer parte do país, o governo de dona Dilma, por puro requalque preteriu o aumento de vagas no CPOR  por um serviço civil obrigatório ilegal e desestruturado, enquanto tenta lançar a opinião pública contra os médicos e viabilizar a importação de seus companeros de revolucion. 
 
1º Ten Méd Juliana Getirana, 10 de julho
https://www.facebook.com/juliana.getirana 
 
Durante vinte anos eu sonhei em ser médica do Exército e atuar na Selva Amazônia. Adiei minha residência, tamanha era a ansiedade de servir à Pátria.
 
Eu fui onde muitos não foram e vi o que muitos insistem em não ver. Eu fui tratada como rainha pelos amazonenses ribeirinhos. Repartiram comigo a pouca comida que tinham.  Chorei de desespero, chorei como nunca na minha vida, ao final de um dia inteiro em uma ACISO (Ação Cívico-Social).  Mais de doze horas insanas, sem parar, para atender as literalmente centenas de pessoas na porta da escola querendo ajuda.  E eu era a única médica, munida apenas de caneta, papel e esteto.  Chorei de ódio de todas as secretarias de saúde que conheci, nas cidades que passei.  Fui proibida de trabalhar numa cidade porque exigi a evacuação de um paciente em UTI aeromóvel da prefeitura.  Gastar todo esse dinheiro com uma pessoa só?  Jamais.  Hospital sem EAS, EPF, USG... sem nada!
 
Estou cansada desses pseudo-brasileiros que criticam a classe médica e acham que ajudar é dar esmola no sinal.
 
Estou cansada de ser chamada de mercenária. Estou cansada.
 
Morava num Bairro nobre no litoral do Rio de Janeiro e larguei tudo por um SONHO.  Quero ver esses hipócritas burgueses, falsos moralistas morarem numa cidade onde só se chega de barco ou avião!  Quero ver trabalhar de graça, por saber que o dinheiro que você ía receber era fruto de corrupção!  Quero ver!
 
Infelizmente, tive que voltar da selva.  Mas acho que isso foi até bom, farei minha residência e estudarei muito.  Mas uma coisa eu afirmo, como eu afirmei há 20 anos atrás, quando eu disse que seria Oficial de carreira na Selva Amazônica: assim que eu terminar minha residência, eu volto pra minha Selva, pras minhas crianças, pras minhas viagens de barco que levam esperança.
 
E deixo aqui, todos esses pseudo-brasileiros, nesse caos, nessa mentira, nesse consumismo desenfreado.  Nessa desgraça disfarçada de álcool, boates, futebol e samba.
 
Desejarei força para os meus colegas de profissão que por aqui ficam.  E com certeza, terei a consciência limpa, que eu fiz jus ao meu juramento e não fui mais uma hipócrita.
 
A SELVA NOS UNE!
A AMAZÔNIA NOS PERTENCE!
TUDO PELA AMAZÔNIA!
SELVA!
 
Não critico a vida urbana, mas acho que tudo está muito errado.

Isto é vocação, altruísmo, decência, honradez,humanidade e autenticidade.  O coração fala e nós nos comovemos e nos indignamos.  Mais municípios?  Para quê?  Para sustentar mais vagabundos insensíveis ao sofrimento alheio? De que entendem esses crápulas senão de seus interesses mesquinhos?  Sabem eles, têm eles udma mínima ideia do que é trabalhar por vocação, por ideal?
Chega.  Criem condições para que vocações – quase sacerdócios – como a da ten. Juliana possam ter a alegria de ver seus esforços recompensados no exercício de uma profissão tão nobre.
Parabéns, ten. Juliana!  Você tem infinitamente mais valor do que cada burocrata e cada inútil nessas secretarias.

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