segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Associação Fluminense de Preservação Ferroviária

Caro leitor,
   
Para quem não sabe, eu faço parte de uma Associação de preservação ferroviária, mas afinal o que é o tal preservação ferroviária?

            A resposta depende do ponto de vista, para os políticos são duas palavras para ganhar votos, para os empresários uma forma de fazer dinheiro com turismo, para as empresas de ônibus uma ameaça... e por aí vai.
            Mas para o Cidadão comum o que significa?
            Bom no eu caso, preservação ferroviária é um meio de se manter viva a história e a cultura de um povo a partir de um tema, no caso a ferrovia.
            Década após década, há mais de 150 anos os trens levam e trazem “no lombo” as riquezas do Brasil, em estradas de ferro sobre trilhos de madeira, pelas mãos de homens de aço.
            Aparentemente por ser uma peça fundamental para garantir o crescimento do país o transporte ferroviário tenha sido tão atacado, restando pouco hoje do passado de glórias que se iniciou em 1854 com a primeira estrada de ferro do Brasil com o barão de Mauá.
            Com o objetivo de não deixar esquecer deste passado, e lembrar do futuro promissor da ferrovia no Brasil, faço parte da Associação Fluminense de Preservação Ferroviária – AFPF, entidade sem fins lucrativos que tem como objetivo resgatar onde possível a história das estradas de ferro do estado do Rio de Janeiro.
            A AFPF, possui alguns projetos de preservação das ferrovias fluminenses em curso, sendo os principais:
           
            - Restauração da estrada de ferro Mauá - EFM, primeira ferrovia do Brasil.
           
            A Estrada de Ferro Mauá, oficialmente denominada Imperial Companhia de Navegação a Vapor e Estrada de Ferro de Petropolis, foi a primeira ferrovia a ser estabelecida no Brasil.[1] Foi inaugurada em 30 de abril de 1854 em seu trecho inicial, ligando o Porto de Mauá a Fragoso, no Rio de Janeiro, num trecho de 14,5 km. Mais tarde foi prolongada, chegando a 15,19 km. Foi construída pelo empreendedor brasileiro Irineu Evangelista de Sousa, o visconde de Mauá.
            O trecho ferroviário seguia da estação de Guia de Pacobaíba (A estação recebeu esse nome após ser arrendada pela EF Príncipe do Grão Pará), no atual município de Magé, até Fragoso, localidade de Inhomirim.
            A extensão até Raiz da Serra (Vila Inhomirim) se deu em 1856, onde se iniciaria a subida por cremalheira para Petrópolis, e Areal, somente 30 anos mais tarde.
            A EFM foi mais tarde incorporada passando a fazer parte da malha da estrada de ferro Leopoldina e da RFFSA, por volta da década de 60 o tráfego entre Pacobaíba e Piabetá foi suprimido. Entretanto, ainda resta um pequeno trecho da primeira ferrovia do Brasil com tráfego de trens de subúrbio operados pela Supervia, em uma extensão de sua linha que vem de Saracuruna, entre Piabetá e Vila Inhomirim.
            Nós pretendemos reativar o percurso Guia de Pacopaíba a Piabetá.
           
            - Implantação do trem turístico Governador Portela – Miguel Pereira.

            Esse pequeno trecho faz parte da linha auxiliar da EFCB, e operou até 1998, é onde corria o antigo trem Azul, um trecho de cerca de 4Km foi mantido graças ao trabalho de ferroviários voluntários.

            - Reestabelecimento da ligação ferroviária com Petrópolis

            Implantação do trem turístico e para possível uso para deslocamento de mão de obra entre Vila Inhomirim – Alto da Serra.

            - Recuperação da estação de Barão de Mauá, (estação da Leopoldina) no Rio de Janeiro.

            Para dar conhecimento ao leitor do andamento dos projetos a partir de então passamos a publicar aqui o informativo da AFPF.



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Um comentário:

  1. É com alegria e esperança que vejo pessoas realmente empenhadas em restabelecer, com inteligencia, as atividades ferroviárias do estado do Rio de Janeiro. É com grande angustia que tenho assistido a erradicação da malha ferroviária do Brasil principalmente , eu por ser nato , desta cidade. Eu tive o privilégio de quando criança andar de trem por cremalheira, sem contar com a emoção da linda paisagem que se descortinava pela janela do vagão e das manobras na Raiz da Serra para ser engatado os vagões em trem "normais".Hoje se tivéssimos a malha da raiz da serra, seria uma saida estratégica para o gargalo da serra. Não sabemos o quanto a Única e a Fácil interveriam no processo podendo inclusive participarem de reimplantação da malha até ao Alto da Serra já que o que de original tinha está ocupado por prédios e o leito se transformou em rua de acesso. Poderiam inclusive associação com a ABPF co intuito de buscar aprendizado do jogo político. Bem fico por aqui, abraços fraternos

    Marcos Orlando

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O que realmente mudou?

Documento especial de 1990, sobre o surfe ferroviário. Várias imagens sobre a miséria que é o subúrbio do rio fde janeiro, hoje são poucos os surfistas, mas o que mudou realmente?