sexta-feira, 4 de julho de 2014

Plano entreguista

2a Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
 
Investidores internacionais já entenderam o real jogo do desgoverno petralha com a Petrobras: endividar a empresa para, mais adiante, quando não se puder quitar o elevado débito, ter uma “justificativa política” para vender aos credores uma boa parte das ações ordinárias em poder da União. É com esse futuro plano entreguista na manga que o HSBC, o JPMorgan, o Citi e Bank of China, junto com o BB Investimentos e o Bradesco BBI, cuidam da operação que venderá uns US$ 12 bilhões em títulos da dívida da estatal. Tudo dividido em seis lotes com vencimentos de três a 30 anos.
 
A nova operação de endividamento – agora sob alegação de “ajudar a financiar o plano de negócios da companhia de 2014 a 2018, com investimentos previstos de US$ 220,6 bilhões” – é pessoalmente gerenciada pelo diretor financeiro da empresa, Almir Barbassa, homem de confiança do presidentro Luiz Inácio Lula da Silva. Tudo é gerenciado fora do Brasil, através da subsidiária Petrobras Global Finance B. V. – uma caixa preta sediada em Rotterdam, na Holanda. Em 2013, quando foi classificada pelo Bank os America Merrill Lynch como “a empresa mais endividada do mundo”, a Petrobras já tinha feito uma captação em bônus de US$ 11 bilhões no mercado internacional.
 
O PT organiza a privataria gradual da Petrobras – processo que começou com FHC. Sofrendo com alto endividamento e defasagem dos preços dos combustíveis no mercado interno, além das dificuldades para aumentar sua produção, apesar dos gastos elevadíssimos com contratação e aluguel de plataformas de exploração, a Petrobras tem uma necessidade de captação bruta de US$ 12,1 bilhões por ano – principalmente para financiar suas dívidas em crescimento. O mercado já percebeu que a dívida deve crescer, até que seja possível adotar a “solução mágica” de a União abrir mão de seu controle como acionista majoritário.
 
A operação de endividamento é totalmente feita fora do Brasil, sob controle da “subsidiária” Petrobras Global Finance B. V. – que opera desde 2012. Curiosamente, nem no site da Bloomberg, alguém consegue saber quem são os dirigentes da empresa que cuida das finanças da endividada Petrobras. Só se sabe que no mesmo endereço holandês, no segundo e terceiro andares da (Wenna 722, Weenapoint Tower A, 3014DA, em Rotterdam), funcionam a Petrobras Nederlands (PNBV), a Petrobras Global Trading (PGT) e a Petrobras International Braspetro BV (PIB).
 
A Petrobras Global Finance B. V. opera a todo vapor, “captando”. No início de janeiro deste ano, a Petrobras captou cerca de US$ 5,1 bilhões. A operação foi feita em euros e libras esterlinas, com vencimentos entre 2018 e 2034. A Petrobras informou que as captações em euros foram divididas em três partes. A primeira delas, com vencimento em 2018, foi de € 1,5 bilhão, com taxa de juros de 2,75%. A segunda tem vencimento em 2021 e somou € 750 milhões, com cupom de 3,75%. E a terceira, com vencimento em 2021, foi de € 800 milhões, e taxa de 4,75%. Ao todo, a captação em euros foi de € 3,050 bilhões.
 
As taxas de juros oferecidas aos investidores foram superiores às de setembro de 2012, quando ocorreu a última emissão em euros da companhia, correspondente a US$ 3,3 bilhões. Na época, os títulos com vencimento em 11 anos pagaram 4,25%, abaixo dos 4,75% de agora. Já a captação em libras esterlinas somou 600 milhões e tem vencimento em 2034, com taxa de 6,625%. Os investimentos da empresa estimados para o período de cinco anos foram reduzidos em quase 7% em relação ao plano anterior. Mesmo assim, o valor soma US$ 220,6 bilhões. No plano anterior, referente ao período de 2013 a 2017, o volume era de US$ 236,7 bilhões. Agora, vem a nova captação de US$ 12 bilhões

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