quarta-feira, 9 de julho de 2014

Professor de etiqueta social.

 Coluna do AUGUSTO NUNES

15/06/2014

Quatro momentos de Lula provam que um grosseirão sem cura agora se fantasia de doutor honoris causa em boas maneiras
Aconselhado pelo medo de vaia a manter distância do estádio bilionário que concebeu em parceria com a Odebrecht, Lula acompanhou pela TV a goleada sonora imposta a Dilma Rousseff, durante o jogo contra a Croácia, por milhares de brasileiros que cantaram o Hino Nacional a capela e festejaram a vitória da Seleção.  O padrinho só entrou em combate quando a afilhada já batera em retirada.
“Eu vi uma parte da manifestação contra a presidenta Dilma e eu fiquei pensando que não é nem dinheiro nem escola nem títulos de doutor que dão educação para as pessoas”, começou a aula de farisaísmo eleitoreiro. “Educação se recebe dentro de casa. Eu nunca tive coragem de faltar com respeito a um presidente da República”.

Conversa de 171.
Em 1987, por exemplo, num comício em Aracaju, Lula qualificou o então presidente José Sarney de “o maior ladrão da Nova República”. Não esperou que Fernando Collor deixasse o Planalto para acusá-lo de “assaltante”. E seu vocabulário não passaria de 300 palavras se fossem suprimidos os termos que usa de meio em meio minuto quando está longe do microfone.
  No ótimo Viagens com o Presidente, os jornalistas Eduardo Scolese e Leonencio Nossa relatam episódios que testemunharam e histórias que colheram durante os quatro anos em que, a serviço da Folha e do Estadão, seguiram os passos do chefe de governo.  Confira quatro momentos pescados no oceano de patifarias verbais.  Diferentemente do livro, que expõe com crueza o estilo do grosseirão sem cura, asteriscos fazem o papel de vogais e consoantes nos palavrões cuja publicação é vetada pelas normas do site de VEJA:

INSULTANDO VIZINHOS
O fato se dá em Tóquio, no Japão, no final de maio de 2005. Uma dose caprichada de uísque com gelo e, antes mesmo do inicio do jantar, Lula manda servir o segundo, o terceiro e o quarto copos. Visivelmente alterado:
— Tem horas, meus caros, que eu tenho vontade de mandar o Kirchner para a p*** que o pariu.  É verdade.  Eu tenho mesmo – afirma, aos gritos. — A verdade é que nós temos que ter saco para aturar a Argentina.  E o Jorge Battle, do Uruguai?  Aquele lá não é uruguaio po*** nenhuma. Foi criado nos Estados Unidos.  É filhote dos americanos.  O Chile é uma m****.  O Chile é uma piada.  Eles fazem os acordos lá deles com os americanos.  Querem mais é que a gente se fo** por aqui.  Eles estão cag***do para nós.  (págs 270 e 271)

INSULTANDO COMPANHEIRAS
Numa audiência com a ministra do Meio Ambiente Marina Silva, na época em que o governo começa a discutir a transposição de parte das águas do São Francisco, o Presidente ouve opiniões contrárias dela e dos técnicos:
— Marina, essa coisa de Meio Ambiente é igual a um exame de prostata. Não dá para ficar virgem toda a vida. Uma hora eles vão ter que enfiar o dedo no ** da gente. Companheira, se é para enfiar, é melhor enfiar logo. (Pág 71).

INSULTANDO MINISTROS
Antes de uma cerimônia no palácio, Lula se próxima do assessor para assuntos internacionais, o professor Marco Aurelio Garcia, e diz:
— Marco Aurélio, eu já mandei você tomar no ** hoje?
O professor sorri. (Pág. 71).

INSULTANDO ASSESSORES
Na suíte do hotel, recebe das mãos de assessores discurso sobre combate mundial à fome. Diante do ministro Celso Amorim e dos auxiliares do Planalto e do Itamaraty, folheia rapidamente a papelada e arremessa a metros de distância:
— Enfiem no ** esse discurso, c****ho.  Não é isso que eu quero, po***.  Eu não vou ler essa m****.  Vai todo mundo tomar no**!  Mudem isso, rápido. (Pág. 249).

Esses exemplos bastam para exibir a nudez do reizinho.  Inquieto com as rachaduras no poste que instalou no Planalto, o presidente honorário do grande clube dos cafajestes tenta impedir o desabamento fantasiado de doutor honoris causa em boas maneiras. Haja cinismo.

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