quinta-feira, 3 de julho de 2014

Segredos bilionários.

Os brasileiros estão obrigados a esperar mais 14 anos, ou seja, até 2027 para ter o direito de saber como seu dinheiro foi usado em negócios bilionários e sigilosos com Angola e Cuba.
Pelas estimativas mais conservadoras, o Brasil já deu US$ 6 bilhões em créditos públicos aos governos de Luanda e Havana. Deveriam ser operações comerciais normais, como as realizadas com outros 90 países da África e da América Latina por um agente do Tesouro, o BNDES, que é o principal financiador das exportações brasileiras. No entanto, esses contratos acabaram virando segredo de Estado.
Todos os documentos sobre essas transações (atas, protocolos, pareceres, notas técnicas, memorandos e correspondências) permanecem classificados como “secretos” há 15 meses, por decisão do ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, virtual candidato do PT ao governo de Minas Gerais.
É insólito, inédito desde o regime militar, e por isso proliferam dúvidas tanto em instituições empresariais quanto no Congresso — a quem a Constituição atribui o poder de fiscalizar os atos do governo em operações financeiras, e manda “sustar” resoluções que “exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa”.
Questionado em recente audiência no Senado, o presidente do banco, Luciano Coutinho, esboçou uma defesa hierárquica: “O BNDES não trata essas operações (de exportação) sigilosamente, salvo em casos como esses dois. Por que? Por observância à legislação do país de destino do financiamento.” O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) interveio: “Então, deve o Brasil emprestar dinheiro nessas condições, atendendo às legislações dos países que tomam emprestado, à margem de nossa legislação de transparência absoluta na atividade pública?” O silêncio ecoou no plenário.
Dos US$ 6 bilhões em créditos classificados como “secretos”, supõe-se que a maior fatia (US$ 5 bilhões) esteja destinada ao financiamento de vendas de bens e serviços para Angola, onde três dezenas de empresas brasileiras mantêm operações. Isso deixaria o governo angolano na posição de maior beneficiário do fundo para exportações do BNDES. O restante (US$ 1 bilhão) iria para Cuba, dividido entre exportações (US$ 600 milhões) e ajuda alimentar emergencial (US$ 400 milhões).
O governo Dilma Rousseff avança entre segredos e embaraços nas relações com tiranos como José Eduardo Santos (Angola), os irmãos Castro (Cuba), Robert Mugabe (Zimbabwe), Teodoro Obiang (Guiné Equatorial), Denis Sassou Nguesso (Congo-Brazzaville), Ali Bongo Odimba (Gabão) e Omar al Bashir (Sudão) — este, condenado por genocídio e com prisão pedida à Interpol pelo Tribunal Penal Internacional.
A diferença entre assuntos secretos e embaraçosos, ensinou Winston Churchill, é que uns são perigosos para o país e outros significam desconforto para o governo. Principalmente, durante as temporadas eleitorais.
Por Reinaldo Azevedo


  


O Sudão do Sul segue a uma trajetória de terrível violência, mas podemos mudar essa história.
 Se pressionarmos os líderes de ambos os lados onde mais sentem – seus bolsos -- eles podem parar o terror. A ONU está decidindo quais sanções aplicar e se deve enviar uma missão de proteção ao país. Vamos dar aos líderes mundiais o mandato que eles precisam para acabar com essa escalada de violência antes que aconteça um genocídio:

Mulheres e crianças tiradas à força das escolas e hospitais e mortas no acostamento de estradas, propagandas de ódio nas rádios – seria Ruanda há 20 anos? Não. Isso está acontecendo agora no Sudão do Sul, mas podemos acabar com este horror.

A responsabilidade está nas mãos de dois homens
: o presidente Salva Kiir e Riek Machar, que no passado foi seu vice-presidente. Envoltos em uma rancorosa disputa pelo poder, eles estão alimentando propositalmente a tensão entre grupos étnicos que viviam em paz há decadas. Ambos têm bens e família no exterior. Se conseguirmos pressioná-los onde mais sentem – seus bolsos – poderemos acabar com este pesadelo e impedir um genocídio.

As negociações de paz estão recomeçando lentamente, e os EUA e França pediram ao Conselho de Segurança da ONU que imponha sanções e envie suas forças de paz para proteger os civis. A Rússia pode tentar sabotar essa estratégia, mas nem mesmo a China quer ver uma nação rica em petróleo imersa no caos. Portanto dá para vencermos, mas apenas se agirmos rápido.
Vamos mostrar aos líderes mundiais 1 milhão de vozes em prol das sanções e do envio de uma forte missão internacional para proteger o povo do Sudão do Sul:

https://secure.avaaz.org/po/ceasefire_in_south_sudan_brazil_cp/?bJwfrbb&v=39572

É entristecedor e, ao mesmo tempo, revoltante.
Mais de 1 milhão de pessoas, dos 11 milhões de habitantes do Sudão do Sul, abandonaram suas casas. Dezenas de milhares morreram e a fome assola o país. Ainda assim, durante meses as delegações de ambos os lados têm se hospedado em hotéis de luxo no país vizinho, a Etiópia, e têm feito pouco esforço, e quase nenhum progresso, para negociar um acordo de paz.

Podemos impedir essa insanidade. As sanções, incluindo o congelamento de bens e a proibição de viagens internacionais, afetarão Kiir e Machar, que ficarão impedidos de usar suas riquezas e visitar seus amigos e família fora do país. Mesmo se perdermos no Conselho de Segurança, sanções unilaterais impostas por vários países terão um efeito contundente.

Reforçar a proteção da ONU, que abriu suas próprias bases para receber 85 mil civis refugiados dos massacres, também é fundamental.
As forças de paz contam com menos de 9 mil capacetes azuis, espalhados em uma área do tamanho da França. Uma de suas bases já foi atacada descaradamente, e o governo está ameaçando expulsá-los do país. Por isso, precisamos urgentemente de uma missão da paz ainda maior e mais forte.

A comunidade internacional não conseguiu impedir a violência desencadeada na Síria há 3 anos, mas
este conflito é recente e ainda pode ser contido. Não podemos fracassar com o Sudão do Sul. Assine e compartilhe com todos:

https://secure.avaaz.org/po/ceasefire_in_south_sudan_brazil_cp/?bJwfrbb&v=39572

O Sudão do Sul é uma das nações mais jovens do mundo e nasceu após décadas de resistência contra a brutalidade genocida do regime totalitário sudanês. No entanto, assim como muitos de nossos países com centenas de anos de história, há uma grande distância entre os governantes e o povo. Essa distância é trágica, pois todos achavam que o presidente Salva Kiir tinha intenções sinceras, mas pelo visto ele e Riek Machar se agarraram ao ódio, ao medo e à sede pelo poder. Precisamos nos unir ao povo do Sudão do Sul e ajudá-los a tomar de volta o controle sobre seus governantes para recuperar a paz que há tanto tempo, e com tanto sofrimento, eles vêm tentado conseguir.

Com esperança,

Jeremy, Mary, Mathias, Jooyea, Sayeeda, Patri, Luis, Ricken e toda a equipe da Avaaz


ONU diz que Sudão do Sul está à beira da "calamidade" (R7)

http://noticias.r7.com/internacional/onu-diz-que-sudao-do-sul-esta-a-beira-da-calamidade-30042014

Rebeldes do Sudão do Sul mataram centenas em “massacre étnico” (Público)

http://www.publico.pt/mundo/noticia/rebeldes-do-sudao-do-sul-mataram-centenas-em-massacre-etnico-1633066

John Kerry adverte sobre risco de genocídio no Sudão do Sul (Folha de S.Paulo)

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2014/05/1448195-john-kerry-adverte-sobre-risco-de-genocidio-no-sudao-do-sul.shtml

Conflito no Sudão do Sul não tem motivação étnica, mas política (Carta Capital)

http://www.cartacapital.com.br/internacional/conflito-no-sudao-do-sul-nao-tem-motivacao-etnica-mas-politica-9053.html

Mais de quatro meses de combates no Sudão do Sul (Diário de Notícias)

http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=3823156&seccao=%C3%81frica&page=-1

Washington e Paris defendem sanções contra o Sudão do Sul (Agência Brasil)

http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2014-04/washington-e-paris-defendem-sancoes-contra-o-sudao-do-sul

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