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quarta-feira, 9 de julho de 2014
A enorme falta de ética de toda a equipe política brasileira
Não vou nem comentar aqui a amoralidade da diplomacia brasileira atual. Faço-o nos spróprios parágrafos.
A não ser que acreditem que o diplomata é um robô sem cérebro, um emasculado sem consciência, esta história coloca em pratos limpos a venalidade, a má-fé, a falta de princípios e dos mais elementarres códigos de conduta necessário à sociedade civilizada dessa ralé despreparada, vulgar, corrupta, desclassificada e abominavelmente vulgar que governa o Brasil.
Baratas imundas, ratos de esgoto e similares!
Dois grandes cidadãos brasileiros, um escreve a História - Ricardo Noblat - e outro a faz - Eduardo Saboia.
Uma terceira pessoa, aos berros, quer afirmar sua autoridade presidencial mantendo em cárcere privado senador boliviano e pior, sua própria história de vida.
Enviado por Ricardo Noblat - 29.8.2013 | 8h00m - OGlobo
Quem deveria sentar no banco dos réus
Finalmente apareceu alguém sem medo de confrontar a presidente da República - o diplomata Eduardo Saboia, cérebro da operação que resultou na retirada da Bolívia do senador Roger Pinto Molina, refugiado em nossa embaixada de La Paz há mais de 450 dias.
O Brasil acatara o pedido de asilo político dele, que denunciara autoridades do seu país por envolvimento com narcotráfico. (ah, então é este o motivo das acusações de "corrupção" contra o senador boliviano pela máquina corrupta do bestalhão no poder?) A Bolívia negara o salvo-conduto para que Roger deixasse o país em segurança sob a acusação de que é corrupto.
Saboia disse que Roger não podia receber visitas. Nem circular dentro do prédio da embaixada. Nem se comunicar com a família. Nem tomar banho de sol. Uma autoridade do governo boliviano comentou certa vez que ele ficaria ali até morrer.
(Ué, e reclamam de Guantánamo? Que é isto, a versão boliviana dos gulags soviéticos? Lá não tem direitos humanos? Não tem ONGs? tsk, tsk, tsk... sacanagem!)
– Você imagina ir todo dia para o seu trabalho e ter uma pessoa trancada num quartinho do lado, que não sai? Aí vem o advogado e diz que você será responsável se ele se matar. Eu me sentia como se fosse o carcereiro dele, como se eu estivesse no DOI-Codi.
Presidente da República não bate-boca com funcionário de escalão inferior. Dilma bateu ao dizer ter provado da desumanidade dos DOI-CODIs. (Se é que é verdade ter provado...) E que a distância que os separava das condições de vida na embaixada de La Paz equivalia à distância entre céu e inferno. (No fi-ó-fó, pardal! Não era no brioco dela. Cárcere privado no dos outros deve ser refresco...)
O dia sequer terminara e Saboia já replicava Dilma:
– Eu que estava lá, eu que posso dizer. O carcereiro era eu. Ninguém mais viu aquela situação.
Desautorizou a presidente, portanto. E sugeriu que ela nada poderia falar a respeito porque simplesmente não estava lá.
Nenhum ministro, senador, deputado ou presidente de um dos poderes da República foi tão longe em relação a Dilma quanto Saboia, um mero encarregado de negócios que respondia por uma embaixada de segunda classe na ausência do embaixador. (Claro que não. Monarcas oriundos da ralé também se julgam monarcas pelo "direito divino", iguaisinhos e tão absolutistas quanto Luís XIV...)
Mas, de duas, uma. Dilma e o bando de assessores que a cercam não prestaram atenção no que afirmou Saboia. Ou prestaram, mas a presidente quis bancar a esperta e mudar o foco da discussão sobre o traslado do senador. Até este momento, a discussão é favorável a Saboia.
Recapitulemos.
Disse Saboia: “Eu me sentia como se fosse o carcereiro dele, como se eu estivesse no DOI-Codi”. Era Saboia, bancando o carcereiro, quem se sentia como se estivesse no DOI-CODI. Não disse que o senador enfrentava condições semelhantes às dos DOI-CODIs.
As palavras ditas por Dilma: “Eu estive no DOI-Codi, eu sei o que é o DOI-Codi. E asseguro a vocês que é tão distante o DOI-Codi da embaixada brasileira lá em La Paz (Bolívia) como é distante o céu do inferno”.
Em resumo: Saboia disse uma coisa. Dilma, outra.
No último sábado, ao ficar sabendo que Roger chegara a Corumbá depois de rodar mais de mil e quinhentos quilômetros dentro de um carro da embaixada acompanhado por Saboia e dois fuzileiros navais, Dilma só faltou escalar as paredes do Palácio da Alvorada.
Cobrou a demissão imediata de Saboia ao ministro Antonio Patriota, das Relações Exteriores (Se há uma coisa verdadeiramente surreal é um sabujo como este com sobrenome de Patriota...). Patriota estava em São Paulo pronto para viajar à Finlândia. Dilma foi grosseira com ele, como de hábito. Mandou que retornasse a Brasília. E o demitiu em seguida.
A indignação de Dilma tem a ver com duas coisas. A primeira: ela ficou mal diante do presidente Evo Morales (o equivelente brasileiro tinha o nome de Juruna...). Que acusou o Brasil de desrespeitar tratados internacionais ao providenciar a fuga de Roger sem que ele tivesse obtido antes um salvo-conduto.
A segunda coisa: Dilma tem medo de que reste provada a negligência do governo brasileiro no caso do senador boliviano. Saboia tem como provar a negligência. E para evitar que o governo tente por um fim em sua carreira diplomática de mais de 20 anos, está disposto a provar.
– Eu perguntava da comissão bilateral para resolver a questão do senador, e as pessoas me diziam: "Olha, aqui [no Brasil] é empurrar com a barriga.". Tenho e-mails dizendo: "A gente sabe que é um faz de conta, eles fingem que estão negociando e a gente finge que acredita".
Tem um filme na praça chamado “Hannah Arendt”. Conta a história do julgamento em Jerusalém do carrasco nazista Adolf Eichmann. E da cobertura do julgamento feita para a revista americana The New Yorker pela filósofa judia de origem alemã Hannah Arendt.
A teoria da “banalidade do mal” começou a nascer ali quando Hannah se convenceu de que Eichmann, de fato, não se sentia responsável pela morte de milhões de judeus. Ele não se cansou de repetir em sua defesa: apenas cumprira ordens.
Ninguém ordenou que Saboia tentasse salvar a vida do senador boliviano que ameaçava se matar, segundo atestados médicos. Mas sentindo-se responsável por ele, Saboia decidiu em certo momento obedecer ao que mandava a sua própria consciência. (Dilma não vai entender: um dops requisitos da cartilha PeTralha é não ter escrúpulos , não ter consciência e nem lealdade, a não ser a da conveniência – só aí, compreendendo este detalhe, a gente entende o chamego entre Lula e Maluf...)
Alguns dias antes de fazê-lo, despachou para o Itamaraty uma mensagem antecipando o que iria se passar. A resposta foi o silêncio. Quem por aqui se lixava para a sorte do senador boliviano? Quem em La Paz se lixava?
Por negligência, omissão e desumanidade, Saboia não poderá ser punido.
Não deverá ser punido.
Não merece ser punido.
Por tais crimes são outros que deveriam sentar no banco dos réus
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Documento especial de 1990, sobre o surfe ferroviário.
Várias imagens sobre a miséria que é o subúrbio do rio fde janeiro, hoje são poucos os surfistas, mas o que mudou realmente?
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