2a Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Investidores
internacionais já entenderam o real jogo do desgoverno petralha com a
Petrobras: endividar a empresa para, mais adiante, quando não se puder
quitar o elevado débito, ter uma “justificativa política” para vender
aos credores uma boa parte das ações ordinárias em poder da União. É com
esse futuro plano entreguista na manga que o HSBC, o JPMorgan, o Citi e
Bank of China, junto com o BB Investimentos e o Bradesco BBI, cuidam da
operação que venderá uns US$ 12 bilhões em títulos da dívida da
estatal. Tudo dividido em seis lotes com vencimentos de três a 30 anos.
A
nova operação de endividamento – agora sob alegação de “ajudar a
financiar o plano de negócios da companhia de 2014 a 2018, com
investimentos previstos de US$ 220,6 bilhões” – é pessoalmente
gerenciada pelo diretor financeiro da empresa, Almir Barbassa, homem de
confiança do presidentro Luiz Inácio Lula da Silva. Tudo é gerenciado
fora do Brasil, através da subsidiária Petrobras Global Finance B. V. –
uma caixa preta sediada em Rotterdam, na Holanda. Em 2013, quando foi
classificada pelo Bank os America Merrill Lynch como “a empresa mais
endividada do mundo”, a Petrobras já tinha feito uma captação em bônus
de US$ 11 bilhões no mercado internacional.
O
PT organiza a privataria gradual da Petrobras – processo que começou
com FHC. Sofrendo com alto endividamento e defasagem dos preços dos
combustíveis no mercado interno, além das dificuldades para aumentar sua
produção, apesar dos gastos elevadíssimos com contratação e aluguel de
plataformas de exploração, a Petrobras tem uma necessidade de captação
bruta de US$ 12,1 bilhões por ano – principalmente para financiar suas
dívidas em crescimento. O mercado já percebeu que a dívida deve crescer,
até que seja possível adotar a “solução mágica” de a União abrir mão de
seu controle como acionista majoritário.
A
operação de endividamento é totalmente feita fora do Brasil, sob
controle da “subsidiária” Petrobras Global Finance B. V. – que opera
desde 2012. Curiosamente, nem no site da Bloomberg, alguém consegue
saber quem são os dirigentes da empresa que cuida das finanças da
endividada Petrobras. Só se sabe que no mesmo endereço holandês, no
segundo e terceiro andares da (Wenna 722, Weenapoint Tower A, 3014DA, em
Rotterdam), funcionam a Petrobras Nederlands (PNBV), a Petrobras Global
Trading (PGT) e a Petrobras International Braspetro BV (PIB).
A
Petrobras Global Finance B. V. opera a todo vapor, “captando”. No
início de janeiro deste ano, a Petrobras captou cerca de US$ 5,1
bilhões. A operação foi feita em euros e libras esterlinas, com
vencimentos entre 2018 e 2034. A Petrobras informou que as captações em
euros foram divididas em três partes. A primeira delas, com vencimento
em 2018, foi de € 1,5 bilhão, com taxa de juros de 2,75%. A segunda tem
vencimento em 2021 e somou € 750 milhões, com cupom de 3,75%. E a
terceira, com vencimento em 2021, foi de € 800 milhões, e taxa de 4,75%.
Ao todo, a captação em euros foi de € 3,050 bilhões.
As
taxas de juros oferecidas aos investidores foram superiores às de
setembro de 2012, quando ocorreu a última emissão em euros da companhia,
correspondente a US$ 3,3 bilhões. Na época, os títulos com vencimento
em 11 anos pagaram 4,25%, abaixo dos 4,75% de agora. Já a captação em
libras esterlinas somou 600 milhões e tem vencimento em 2034, com taxa
de 6,625%. Os investimentos da empresa estimados para o período de cinco
anos foram reduzidos em quase 7% em relação ao plano anterior. Mesmo
assim, o valor soma US$ 220,6 bilhões. No plano anterior, referente ao
período de 2013 a 2017, o volume era de US$ 236,7 bilhões. Agora, vem a
nova captação de US$ 12 bilhões
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