3 de Aug de 2013 | 11:32
Até
agora, os jornais brasileiros não fizeram qualquer ligação entre o
escândalo da Siemens e aquilo que eles próprios haviam noticiado.
O ex-presidente da empresa no Brasil, Adílson Primo, foi humilhantemente demitido em 11 de outubro de 2011, depois de 34 anos de Siemens.
Pouco antes, Primo deu uma entrevista no Ibmec onde, perguntado se já havia sido demitido, disse: “até agora, não”
Foi vazado para a imprensa que Adilson teria uma conta no exterior, na qual teria movimentado 7 milhões de euros.
Até então, Primo era apontado como tão competente que seu nome era cogitado para presidente mundial da Siemens.
Foi
demitido e na ação trabalhista que moveu contra a Siemens, na sentença,
a juíza afirma ter “convicção clara” de que ele “sempre teve
conhecimento da existência e estrutura da referida conta”, que mantinha
no Itaú de Luxemburgo, com outros três sócios. Na decisão diz-se que a
conta recebeu dinheiro da Siemens “de forma irregular e não
contabilizada”.
“Segundo
o documento, inquirido três vezes pela Siemens sobre a conta desde
2007, o executivo sempre negou saber de sua existência. A última
conversa sobre o assunto ocorreu na Alemanha, em 11 de outubro de 2011,
data de sua demissão. Em depoimento em juízo, aponta a sentença, o
ex-presidente da Siemens voltou a afirmar que não se lembrava da
existência da conta de Luxemburgo”.
O
ex-todo-poderoso executivo de multinacional, que ganhava quase 200 mil
por mês, hoje é Secretário de Gestão da cidade onde viveu desde os cinco
anos de idade, Itajubá, no sul de Minas, de pouco mais de 90 mil
habitantes.
Não é longe, se os nossos “jornalistas investigativos” quiserem procurá-lo.
Primo sabe tudo o que se passou. Se vai contar ou não, é outra história.
Ou, talvez, já tenha contado.
Por: Fernando Brito
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