Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Sergio Tasso Vásquez de Aquino
A
compra de votos de partidos e parlamentares venais foi o caminho
expedito e eficaz engendrado pela cúpula revolucionária do PT para
desmoralizar o Parlamento e a Democracia, a fim de acelerar o processo
de tomada total do poder em que está engajada, para transformar nosso
País em mais uma republiqueta socialista na América Latina, de acordo
com o planejamento sombrio do Foro de São Paulo. Essa a essência do
mensalão.
O
sofrido povo brasileiro teve, assim, desviadas importantes parcelas dos
impostos que paga para ter do Estado a contrapartida adequada de
serviços de saúde e saneamento, educação, segurança, habitação,
infraestrutura de transportes, energia e comunicações, cultura,
lazer..., que foram gastas para o propósito nefasto de aparelhar o
Congresso Nacional, em suas Duas Casas, tornadas de fato meros apêndices
do Executivo, a fim de garantir a ampliação da base aliada, necessária
para acompanhar o governo nos seus desígnios. Estava, desse modo,
configurado o crime grave de corrupção com o propósito real de subversão
da ordem vigente.
Depois
de longos anos, eis que o rumoroso processo do mais escandaloso caso de
corrupção, no país que se transformou, para nosso desgosto, no paraíso
dos escândalos, da corrupção e dos atentados ao Bem Comum, é julgado no
Supremo Tribunal Federal. O resultado, com a condenação dos principais
envolvidos na trama, todos figuras poderosas política ou
financeiramente, encheu de esperança a cidadania, ávida de melhores dias
para o Brasil. Em que imperassem a paz , a justiça e o direito.
Finalmente, não só os pobres e desvalidos seriam alcançados pelo braço
da lei!
Houve
intensa felicidade entre as pessoas de bem, e o STF, pela imagem e a
ação do Presidente Joaquim Barbosa e dos Ministros que o acompanharam na
condenação aos réus, passou a ser o abençoado e último bastião de
resistência à avalanche destruidora, até então irresistível, pois que
sem encontrar qualquer resistência em seu caminho.
Ontem
foi o Dia D, ansiosamente esperado, em que seria selada a sorte da
apreciação dos chamados embargos infringentes. A participação dos novos
membros do tribunal, que não haviam participado do julgamento, levara a
questão a empate: 5x5! Seria, pois, decisivo o voto do decano, cercado
de expectativa ampliada pela semana de intervalo.
O
Ministro Celso de Mello luziu seus conhecimentos jurídicos. Percebia-se
nitidamente a enorme satisfação e a veemência com que exibiu seus
argumentos, em tom professoral e definitivo. Até para os Tratados
Internacionais e a Convenção dos Direitos Humanos apelou, num processo
cujos réus eram tão poderosos e ricos, que puderam contratar os mais
caros advogados do país para suas defesas, quando se sabe que tantos
condenados pobres e anônimos nunca têm a chance de ter alguém invocando
direitos humanos em seu favor, mesmo quando injustamente levados às
barras da lei!
O
Ministro foi academicamente brilhante e deve estar muito feliz e
satisfeito consigo mesmo. A letra da lei foi primorosamente defendida,
mas e o espírito da lei, que manda punir os criminosos, com o rito mais
sumário possível quando mais poderosos sejam e mais nefasta a
repercussão dos seus delitos, para preservar a paz social e o
atendimento do anseio geral por justiça?
Há
uma enorme frustração por todo o país, que sente que perdeu seu
referencial STF e a esperança de que os criminosos graúdos sejam punidos
pela Lei justa para todos. Mas, que fazer, se os Srs. Ministros
declaram não ser pautados pelo ruído das ruas e pelo ferido clamor por
justiça da multidão? Vem-me Maria Antonieta à lembrança...
À
medida que o tempo passar, com as mudanças inexoráveis na composição do
STF e do Ministério Público, corremos o risco de que, em novas
interpretações, os atuais réus sejam redimidos de culpa. E se for, para
nossa desgraça, afinal vitorioso o esquema de modificação da ordem
vigente, que gerou o mensalão, venham a ser heróis condecorados da
Revolução Socialista Brasileira!
Sergio
Tasso Vásquez de Aquino, Vice-Almirante, reformado, é membro da
Academia Brasileira de Defesa e do Instituto de Geografia e História
Militar do Brasil.
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