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quarta-feira, 9 de julho de 2014
Dou-me o Direito de Discordar
Por Paulo Roberto de Almeida
A presidente Dilma Rousseff empossou nesta quarta-feira, em Brasília, os sete integrantes da Comissão Nacional da Verdade, grupo de trabalho que irá apurar violações de direitos humanos durante a ditadura militar, entre os anos de 1946 e 1988. Com voz embargada, a presidente negou que o colegiado busque “revanchismo” ou a possibilidade de “reescrever a história”. Ex-integrante da organização clandestina VAR-Palmares, a presidente se emocionou ao relembrar os “sacrifícios humanos irreparáveis” daqueles que lutaram pela redemocratização do país...
Peço licença para discordar.
Como ex-integrante de dois desses grupos que alinharam contra o regime militar, no final dos anos 1960 e início dos 1970, posso dizer, com pleno conhecimento de causa, que nenhum de nós estava lutando para trazer o Brasil de volta para uma "democracia burguesa", que desprezávamos.
O que queríamos, mesmo, era uma democracia "popular", ou proletária, mas pouco na linha da URSS, por nós julgada muito "burocrática" e já um tantinho esclerosada.
O que queríamos mesmo, a maioria, era um regime à la cubana, no Brasil, embora alguns preferissem o modelo maoista, ainda mais revolucionário.
Os soviéticos - e seus servidores no Brasil, o pessoal do Partidão - eram considerados reformistas incuráveis, e nós pretendíamos um regime revolucionário, que, inevitavelmente, começaria fuzilando burgueses e latifundiários. Éramos consequentes com os nossos propósitos.
Sinto muito contradizer quem de direito, mas sendo absolutamente sincero, era isso mesmo que todos os desses movimentos, queríamos.
Essa conversa de democracia é para não ficar muito mal no julgamento da história.
Estávamos equivocados, e eu reconheço isso. Posso até dar o direito a outros de não reconhecerem e não fazerem autocrítica, por exemplo, dizer que nós provocamos, sim provocamos, o endurecimento do regime militar, quando os ataques da guerrilha urbana começaram. Isso é um fato.
Enfim, tem gente que pode até querer esconder isso.
Mas eles não têm o direito de deformar a história ou mentir..
Paulo Roberto de Almeida
é sociólogo e diplomata
NÃO DEIXE DE CONFERIR A VERACIDADE DO QUE LEU ACIMA CONSULTANDO O SITE ABAIXO.
Fonte: Diplomatizzando
Depoimento sobre o autor do texto acima:
POR COINCIDÊNCIA, CONHECI PESSOALMENTE O EMBAIXADOR PAULO ROBERTO QUANDO SERVÍAMOS NA EMBAIXADA DE WASHINGTON, SENDO ELE, NESSA ÉPOCA, MINISTRO-CONSELHEIRO.
DO CONVÍVIO DIÁRIO, PUDE COMPROVAR TRATAR-SE DE UM DIPLOMATA DIGNO DAS MELHORES TRADIÇÕES DO ITAMARATY, GRAÇAS À SUA EXCEPCIONAL CULTURA E PRIVILEGIADA INTELIGÊNCIA. ESCRITOR CONSAGRADO, AUTOR DE VÁRIAS OBRAS DE VALOR DE PESQUISA HISTÓRICA SOBRE OS PROBLEMAS SÓCIO-POLÍTICO-ECONÔMICOS DO NOSSO PAÍS, ALÉM DE SER UMA PESSOA EXTREMAMENTE SIMPLES E AFÁVEL.
ESTE SEU CORAJOSO ARTIGO DISCORRE SOBRE AS VERDADEIRAS INTENÇÕES DOS TERRORISTAS EM NOSSO PAÍS, DENTRE OS QUAIS ADMITIU CONTAR, A PRINCÍPIO, DURANTE A JUVENTUDE, COM A SUA SIMPATIA E AGORA RECONHECE FRANCAMENTE HAVER ESTADO ENGANADO. AO DISCORDAR PUBLICAMENTE DA TERRORISTA QUE HOJE GOVERNA O BRASIL E QUE JAMAIS RENEGOU OU MOSTROU ARREPENDIMENTO DOS ATOS PRATICADOS, ELE BEM DEMONSTRA SER POSSUIDOR DE GRANDE CORAGEM MORAL E FIRMEZA DE CARÁTER.
AMANCIO.
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