Dilma:
“Pegaram, fizeram toda a documentação e me enviara, e falaram: ‘Tá tudo
pronto conforme o acertado, e é pra rubrica todas as páginas’ (Foto: Ed
Ferreira / AE)
É
realmente notável a explicação da presidente Dilma para seu papel, como
presidente do Conselho de Administração da Petrobras — nada menos do
que isso — sobre sua participação no fiasco colossal que representou a
compra da refinaria de Pasadena, no Estado norte-americano do Texas,
extraordinariamente daninha aos cofres da empresa.
Confiram,
apreciem a clareza vocabular e a beleza do vernáculo com que a mais
alta autoridade do país tentou justificar sua parte em um escândalo de
proporções monumentais:
–
Pegaram, fizeram toda a documentação e me enviaram, e falaram: ‘Tá está
tudo pronto conforme o acertado, e é pra rubricá todas as páginas’. Não
assinei documento nenhum, porque não tem documento a ser assinado, eu
rubriquei páginas. Não olhei porque achei que era aquele programa. Não
achei que iam colocá um outro programa, o de fevereiro. Foi um erro. Os
erros como qualquer erro humano são bem banais, não são arquitetados. Me
pediram, ‘rubrica’. Rubricá é rubricá e eu rubriquei.
Quer
dizer, além de tudo, que redundou num buraco de mais de um bilhão de
dólares para a Petrobras, a então ministra das Minas e Energia e
presidente do Conselho de Administração da empresa — que deve zelar,
justamente, por sua boa gestão — diz, simplesmente, “NÃO OLHEI”?
Alguém foi lá “coloca” um “outro programa” e a atual presidente da República rubricou suas páginas e NÃO LEU ANTES?Quer dizer que se tratou de apenas de um “erro”, que é “como qualquer erro humano”?
E o bilhão de dólares, como é que fica?
Num
país sério, o mundo estaria desabando. Aqui, um piparote verbal próximo
do incompreensível é que irá colocar uma pedra sobre o assunto?
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